Tendinite, falta de concentração, problemas de visão e transtornos de ansiedade. Ficar excessivamente on-line é um hábito que pode gerar diversos malefícios à saúde. Para incentivar o desenvolvimento de campanhas educativas sobre o tema, o governador do Amazonas, Wilson Lima, sancionou uma lei que prevê a criação da Semana de Detox Digital.
Visando contribuir com a melhora da saúde física e mental da população, a Lei nº 5.886 tem como objetivo disseminar a conscientização para a boa utilização do meio ambiente digital, de forma a prevenir malefícios oriundos da utilização indevida de hardwares e softwares, e proteger a todos, em especial das crianças, adolescentes e idosos e demais grupos vulneráveis, da dependência tecnológica.
A Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) prevê realizar atividades educativas com palestras nas escolas, fixação de cartazes em locais públicos, distribuição de material informativo acerca dos cuidados e proteção de crianças e adolescentes.
De acordo com o secretário executivo de Direitos da Criança e do Adolescente, Ernandes Herculano Saraiva, os cuidados podem começar dentro da própria casa. “Cabe aos pais e responsáveis supervisionar os filhos enquanto navegam na internet. Isso porque, assim como existem plataformas que dispõem de recursos positivos, existem também alguns perigos que oferecem experiências negativas”, salientou.
Gerente da Rede de Atenção Psicossocial da Secretaria de Estado de Saúde, a psicóloga Luciana Lopes explica que o uso excessivo da internet acaba trazendo prejuízos físicos e mentais.
“A falta de autoanálise faz com que o usuário não reflita sobre o tempo de uso da internet e dos aparelhos tecnológicos, trazendo para a sua vida malefícios que, às vezes, podem ser irreparáveis”, disse.
Males
Entre os prejuízos para a saúde física, causados pelo uso excessivo de aparelhos com conexão à internet, especialistas listam a tendinite, cansaço visual e a dor de cabeça.
Outro ponto que chama atenção é o transtorno de ansiedade. Conforme a Associação Brasileira de Psiquiatria, tornou-se mais prevalente, sobretudo casos de nomofobia, que nada mais é do que o medo de ficar sem o telefone celular.
O cansaço mental, a insônia e a redução das relações pessoais também são alguns dos prejuízos à saúde mental associados ao uso demasiado da internet.
“Todos nós precisamos tirar um tempo para refletir sobre essa forma de consumo de internet e voltar o olhar para a própria saúde, ter o autocuidado, ter a percepção de como estamos fazendo o uso deste recurso. O importante não é deixar de lado a internet, mas não haver o uso extremo, para que não se torne prejudicial à nossa saúde física e mental”, orientou a psicóloga.