Durante encontro com embaixadores de cerca de 40 países nesta segunda-feira (18), no Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a lançar suspeitas a respeito das urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro.
– Nós queremos, obviamente, estamos lutando, para apresentar uma saída para isso tudo. Nós queremos confiança e transparência no sistema eleitoral brasileiro. Nós queremos corrigir falhas. Queremos transparência. Nós queremos democracia de verdade – defendeu o pré-candidato à reeleição.
Bolsonaro baseou a apresentação em um inquérito aberto pela Polícia Federal em 2018, com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a invasão de um hacker ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O órgão informou em outras oportunidades que esse acesso foi bloqueado e não interferiu nos resultados. O presidente já recorreu a esse inquérito em outros momentos para apontar suposta fragilidade na segurança das urnas.
Ainda sobre o pleito, o presidenciável voltou a falar que as Forças Armadas foram convidadas pela Justiça Eleitoral a participar da Comissão de Transparência das Eleições, instalada pelo TSE. Os militares enviaram ao tribunal um documento com dez medidas para, segundo eles, ampliar a confiabilidade do processo eleitoral. O texto foi analisado pelo colegiado do TSE.
– O nosso objetivo é transparência e confiança nas eleições. Quem ganhar, o outro lado tem que se conformar. Estamos a três meses das eleições. As propostas sugeridas pelas FA praticamente estacam a manipulação de números – ilustrou.
Ministros do governo, como Carlos França (Relações Exteriores), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), Ciro Nogueira (Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) também estiveram presentes à apresentação.
VOTO IMPRESSO
O presidente também voltou a afirmar, durante a apresentação aos embaixadores convidados, a tese de que o voto impresso seria mais seguro que as urnas eletrônicas. Segundo o presidenciável, o sistema utilizado desde 1996 sem qualquer caso confirmado de fraude ou adulteração, permite fraudes.
O STF decidiu de forma provisória em 2018 e confirmou por unanimidade, em decisão de 2020, que a proposta de voto impresso é inconstitucional. Em 2021, a Câmara rejeitou e arquivou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que previa a incorporação do voto impresso em eleições, plebiscitos e referendos.
via Agência Brasil