Dois anos e nove meses depois de declarar emergência global em razão da pandemia de covid-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta quarta-feira, 19, que a doença continua sendo uma Emergência de Saúde Pública de Preocupação Internacional” (PHEIC, na sigla em inglês).
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que decidiu manter a pandemia como uma emergência global, atendendo recomendação do comitê de emergência.
De acordo com comunicado da OMS, os peritos de vários países que aconselham a organização concordaram que a covid-19 é um “evento de saúde pública que continua a afetar negativa e fortemente a saúde da população mundial”.
“Esta pandemia já nos surpreendeu antes e pode muito bem voltar”, disse Tedros nesta quarta-feira a jornalistas.
No comunicado, a organização afirma que “ainda há o risco de novas variantes agravarem o impacto contínuo na saúde, particularmente à medida que o inverno se aproxima no hemisfério norte, e ainda há a necessidade de uma resposta internacional coordenada para enfrentar as desigualdades no acesso a ferramentas que salvam vidas”.
A OMS salienta que, embora as mortes semanais estejam próximas do valor mais baixo desde que a pandemia começou, esse número “permanece alto em comparação com outros vírus respiratórios”. Além disso, conforme o comunicado, a evolução contínua do coronavírus pode “representar desafios para as vacinas e terapêuticas atuais”.
Ainda segundo a organização, o término da PHEIC, “quando considerado viável, deve ser implementado da forma mais segura possível”. A PHEIC é o nível mais alto de alerta e aplica-se a “um evento extraordinário, grave, repentino, incomum ou inesperado”, com implicações para a saúde pública que vão além de um Estado afetado e que pode exigir uma ação internacional imediata.