A primeira visita de inspeção feita pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde do Amazonas, realizada hoje (29) no hospital de campanha Nilton Lins, revelou que a unidade hospitalar não possui controle sobre os serviços de empresas terceirizadas contratadas para atuar no hospital.
Durante uma reunião tensa com os diretores do hospital, os membros da CPI constaram que a unidade possui 16 empresas terceirizadas, contratadas pelo governo do Estado para prestar serviços ao hospital.
Mesmo com o grande número de serviços terceirizados, o diretor do hospital, Fabrício Alva de Souza, não soube informar o número de profissionais das 16 empresas terceirizadas que deveriam estar de plantão hoje.
O hospital também não apresentou cópia dos contratos firmados com as empresas terceirizadas. Os documentos deveriam conter os valores da prestação de serviços, número de profissionais disponibilizados e quais equipamentos médicos foram fornecidos à unidade.
“Nada! Nenhuma informação básica nos foi fornecida de forma precisa”, afirmou o presidente da CPI da Saúde, deputado Delegado Péricles. “Falta controle fiscal e transparência nos contratos dentro do hospital”, criticou.
O relator da CPI, deputado Fausto Jr. explica que sem o controle do hospital, fica impossível saber quantos funcionários estão indo trabalhar, quantos aparelhos médicos estão sendo utilizados e também se existe equipamentos de segurança para todos profissionais.
“Só com esses dados será possível comprovar os serviços que o hospital alega oferecer à população”, afirmou Fausto.
Ao final da reunião, os membros da CPI, deputados Péricles, Fausto Jr. Wilker Barreto e Doutor Gomes, conversaram com as equipes médica e de limpeza do hospital Nilton Lins. Eles elogiaram a dedicação dos profissionais, cuja maioria é militar do Corpo de Bombeiros do Amazonas.
O deputado Wilker Barreto garantiu que as visitas de inspeção vão continuar na próxima semana aos hospitais e prontos-socorros de Manaus e do interior, usados para o tratamento de pacientes com coronavírus.