A ex-ministra da Secretaria de Governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Flávia Arruda, pediu desfiliação do Partido Liberal (PL) na tarde desta segunda-feira (2). A decisão ocorre após ela comparecer à posse de Lula (PT), neste domingo (1º), e o cumprimentado. Ela, que é deputada até fevereiro, quando os novos eleitos tomam posse, deu um abraço no petista e disse algumas palavras em seu ouvido. Lula, brevemente, a respondeu.
O esposo de Flávia, ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, também comunicou sua desfiliação do partido. Ambos se reuniram com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, na tarde desta segunda-feira (2).
Curiosamente, Flávia Arruda votou favorável ao governo do PT na proposta de emenda à Constituição (PEC) da gastança, que ampliou o teto de gastos do novo governo em R$ 145 bilhões.
Nas últimas eleições, a esposa de José Roberto foi candidata ao Senado, mas perdeu para Damares Alves (Republicanos), que foi ministra de Bolsonaro. Durante a campanha, embora o ex-mandatário não tenha declarado apoio significante a nenhuma das duas, a então primeira-dama Michele Bolsonaro se dedicou à campanha da amiga Damares.
O flagra do contato afetuoso entre Flávia Arruda e Lula na Câmara dos Deputados instalou uma crise entre ela e apoiadores de Bolsonaro, que inundaram as mídias sociais com duras críticas a ex-ministra e chegaram a chamá-la de traidora. Ao perceber a avalanche que caíra sobre si, Flávia restringiu novos comentários.
VEJA A NOTA DIVULGADA POR ELA
Me desfilio hoje do Partido Liberal com certeza, tranquilidade e sentimento de dever cumprido no meu mandato, no ministério e na presidência regional. Entrego um partido com a maior bancada do DF, lideranças fortes e motivadas.
Considerando os fatos das últimas eleições, o posicionamento do partido e meus ideais democráticos, sigo em um novo caminho com os sinceros votos de que a política continue sendo espaço de respeito, diálogo e busca de um Brasil melhor.