Uma balsa vai substituir uma pista improvisada para a passagem de motoristas sobre o Rio Autaz Mirim, no km 25 da BR-319, no Amazonas, onde uma ponte desabou em outubro do ano passado. Uma empresa foi contratada pelo valor R$ 3,9 milhões.
A pista está sendo afetada pela cheia dos rios, o que vem causando preocupação para os motoristas que transitam na rodovia. A força da água já passa pelo bueiro e chegando ao outro lado do rio. No início de janeiro, a Rede Amazônica já havia mostrado a situação calamitosa no local.
No Diário Oficial da União de quinta-feira (26), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) dispensou o processo de licitação para a contratação da Amazônia Navegações Ltda, empresa que vai atuar no transporte dos carros.
Segundo o órgão, serão pagos mensalmente R$ 329 mil. O contrato tem duração de um ano e, de acordo com o Dnit, a dispensa do processo licitatório ocorre em razão da situação calamitosa e interrupção total do tráfego na rodovia.
Queda das pontes
As duas pontes desabaram na rodovia federal – a principal via de acesso terrestre do Amazonas para outras regiões do país, em um intervalo de dez dias:
- No dia 28 de setembro, a ponte sobre o Rio Curuça despencou, deixando quatro mortos e mais de 10 feridos. Uma pessoa segue desaparecida.
- Já no dia 8 de outubro, a apenas 2 quilômetros do local onde ocorreu o acidente, a ponte sobre o Rio Autaz Mirim desabou poucas horas após ser interditada. Ninguém ficou ferido.
Prejuízos
Além de afetar mais de 100 mil pessoas, a queda das pontes vinha provocando desabastecimento de alimentos e remédios em três cidades do Amazonas: Careiro da Várzea, Careiro – conhecido como Careiro Castanho – e Manaquiri.
“A minha moto ficou embaixo de um pé de mangueira do outro lado, porque aqui o acesso ainda não foi liberado. Mas é difícil tu subir e descer barranco. Não é fácil. Estou bem cansada”, disse a técnica de enfermagem Rosa Maria, que precisa atravessar a ponte sobre o Rio Autaz Mirim.
“Era pra ter sido mais rápido, até porque estou com um problema de saúde e preciso fazer tratamento, enfrentando o sol. Uma hora dessas era pra eu estar em casa. Triste a situação”, lamentou a agricultora Maria Socorro, que precisa fazer a travessia no trecho do Rio Curuçá.