Nesta sexta-feira (3), o ex-presidente Jair Bolsonaro disse, na Flórida, onde afirmou estar “recarregando as baterias”, que “o norte de um país é marcado pela economia” e que não está “otimista” quanto ao futuro econômico do Brasil devido às medidas tomadas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva no seu primeiro mês no poder.
Bolsonaro discursou no evento Power of the People (Poder do Povo, em tradução livre), organizado pelo grupo conservador Turning Point USA em um clube de golfe pertencente ao consórcio empresarial do ex-presidente americano Donald Trump.
O comentarista político conservador e escritor Charlie Kirk, líder do Turning Point USA, apresentou Bolsonaro como um lutador contra o socialismo e o marxismo e um defensor da liberdade, diante de uma plateia de cerca de 400 pessoas, a maioria brasileiros, mas também com americanos.
Entre gritos contra Lula, Bolsonaro analisou os seus quatro anos na presidência e especialmente as suas políticas econômicas e sociais. Ironicamente, disse que, após seu mandato, ainda se pergunta como Lula ganhou as eleições.
Foi uma aparente alusão de Bolsonaro à sua denúncia sem provas de fraude eleitoral, algo que o líder da TPUSA disse “soar familiar”, referindo-se a Trump, que afirma – também sem provas – ter sido vítima de roubo nas eleições de 2021, vencidas pelo democrata Joe Biden.
Bolsonaro, de 67 anos, está nos EUA desde 30 de dezembro e aguarda uma “mudança de visto” solicitada pelo seu advogado em janeiro para permanecer mais tempo no país, onde chegou quando ainda era presidente.
Os participantes no evento, muitos usando camisetas com as cores do Brasil, deram as boas-vindas ao ex-presidente com aplausos.
Durante o evento, não houve referências ao ataque cometido em 8 de janeiro por bolsonaristas às sedes dos Três Poderes em Brasília, do qual Bolsonaro se dissociou timidamente em comunicado emitida de Orlando, onde reside temporariamente.
– Não vamos desistir do Brasil – afirmou Bolsonaro.
Ele acrescentou que está aproveitando o momento nos EUA para “recarregar as baterias”.
No final do discurso, interrompido por gritos de “mito”, o ex-presidente respondeu a perguntas do organizador do evento.
Sobre o avanço da esquerda na América Latina, comentou que “infelizmente discursos falsos, promessas de um paraíso na Terra, arrastam muitas pessoas”, e advertiu que a liberdade é algo precioso que “tem de ser cuidado diariamente” e que está “em risco”.
Neste momento, falou da “querida Venezuela” e disse estar “entristecido” por políticos brasileiros de esquerda – sem citar nomes – terem contribuído para criar “fome e pobreza” em um país que possui as maiores reservas de petróleo do mundo.