Uma influenciadora, com uma dívida trabalhista de R$ 30 mil, foi surpreendida após a juíza, Samantha Mello, da 5ª Vara do Trabalho de Santos, no litoral de São Paulo, usar prints de sua rede social no processo. Depois de acompanhar os stories da mulher, que esbanjava uma vida de luxo na internet, a magistrada concluiu que “a executada não quita a sua dívida trabalhista, porque não quer”.
Nos autos, a influenciadora recorria da penhora de um imóvel. De acordo com a juíza, uma única peça de roupa da influenciadora seria capaz de quitar o processo que estava pendente há 13 anos.
A desembargadora solicitou a penhora de bolsas e calçados das marcas Louis Vuitton e Chanel que a mulher ostentava. Ela também estipulou a manutenção da execução do imóvel, caso não fosse possível ter acesso aos itens de grife.
– Em 5 de junho de 2022, no mesmo mês em que veio aos autos alegar impenhorabilidade do imóvel, a executada postou uma foto usando um casaco da marca Louis Vuitton, sendo que, possivelmente, uma única peça de roupa sua seria capaz de quitar o presente processo – disse.
Uma foto de uma bolsa Chanel ao lado de uma sacola de compras da Fendi foi um dos prints que a juíza tirou e usou no processo. De acordo com a juíza Samantha Mello, “no dia 25/02/2023, quando minutava essa decisão, a executada, em seus stories, exibia suas compras realizadas e falava o lema adotado no seu dia a dia: ‘Dinheiro não traz felicidade, mas compra’”.
– O ostensivo padrão de vida, demonstrado pela própria executada, deixa indene de dúvidas que a executada não quita a sua dívida trabalhista porque não quer, porque não tem interesse em honrar um compromisso financeiro oriundo de um trabalhador, sendo que a mão de obra no país, por outro lado, é tida como uma das mais baratas do mundo – observou a juíza.