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23 de novembro de 2024
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Dona de berçário suspeita de esfregar fezes no rosto de crianças é indiciada

A Polícia Civil de Mato Grosso formalizou uma denúncia, nesta segunda-feira (24), contra um casal donos de uma creche e um hotel infantil, em Sorriso, localizado na região norte do estado mato-grossense. Os proprietários do berçário são acusados de tortura e maus-tratos contra oito crianças, de zero a cinco anos.

De acordo com a delegada Jéssica Assis, do Núcleo de Atendimento à Mulher, Criança e Idoso da Delegacia de Sorriso, as provas coletadas ao longo da investigação apontam que o casal torturava as crianças de maneira explícita há anos, sem que nenhuma ação fosse tomada.

“Estavam convictos nas manipulações que faziam com os pais das vítimas e seguros de que não seriam descobertos porque a maior parte das crianças sequer conseguia falar, já que eram bebês”, disse a delegada.

Dois episódios relatados no inquérito chamaram a atenção da Polícia Civil durante a investigação, cometidos contra duas crianças que ficavam no berçário. Em um deles, a proprietária do local teria esfregado a calcinha e fralda sujas de fezes no rosto das vítimas, a fim de puni-las por defecarem e educá-las conforme seu método. Outro relato aponta que uma criança autista foi obrigada pela dona do berçário a comer areia, quando ela forçou um punhado de areia na boca da menor.

No decorrer do inquérito, a polícia ouviu nove ex-funcionárias do estabelecimento, que reforçaram as denúncias feitas pelos pais das vítimas e relataram ainda as ameaças feitas pelos donos do berçário.

“Os depoimentos são consistentes e confirmam diversas informações que levam à conclusão de que as violações ocorridas no local eram sistêmicas, contínuas e extremamente graves, a ponto de ter colocado em risco a vida de inúmeras crianças, há, no mínimo, quase quatro anos”, explicou Jéssica.

O estabelecimento atendia crianças entre zero e cinco anos de idade, no centro da cidade de Sorriso, e cobrava valores de até R$948 por criança.

Entre as agressões narradas pelas testemunhas há relatos de tapas nas nádegas e na boca, mordidas, puxões, golpes com raquetes, empurrões e beliscões contra as vítimas. A alegação era de os atos serviam para disciplinar as crianças. Mas, as agressões eram imputadas a outras crianças, pela proprietária da creche, quando questionada pelos pais.

Além disso, testemunhas e uma das vítimas relataram a existência de um “cantinho do pensamento”, que consistia em um corredor escuro, que dava acesso ao quarto da proprietária, onde ela trancava as crianças que se comportavam mal e as deixava sozinhas, por até duas horas.

Fonte: R7

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