Bruno Klabin, de 48 anos, foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pela prática de estelionato amoroso contra uma ex-namorada. A empresária levou um golpe de R$ 3 milhões ao longo de quatro anos de relacionamento.
A vítima, de 47 anos, manteve um relacionamento com Bruno até 2020. Ao longo do tempo, ele alegava uma forte crise financeira e que os empréstimos no nome dela e pedidos de ajuda seriam ressarcidos. A desconfiança apareceu quando ela olhou a falta de folhas do seu talão de cheques. Ao questionar o estelionatário, ele fez um apelo emocional negando furto e insinuando que ela não confiava no namorado.
Ela acreditou no homem e resolveu somente registrar um boletim de ocorrência como “extravio das folhas de cheque”, entretanto, 2 meses após o caso, ela conferiu o extrato bancário e constatou a compensação de um dos cheques no valor de R$ 3,6 mil, do qual ela nunca havia usado. A compensação veio após uma divergência na assinatura.
Ao ser questionado novamente ele confessou o crime e disser ser um “homem fraco” e “desprovido de caráter”. Passado-se os meses ela já havia deixado de lado as desconfianças, entretanto, ela voltou a ser surpreendida quase um ano depois do ocorrido. Mais dois cheques tinham sido devolvidos por divergência de assinatura, ambas no valor de R$ 3,5 mil.
De acordo com a denúncia, o ex-companheiro mantinha com a mulher um comportamento manipulador e, em uma das ocasiões, chegou a ameaçar cometer suicídio, por acreditar que ele não merecia uma mulher como ela.
Entre financiamentos bancários, transferências em dinheiro e compras realizadas por ele com o cartão de crédito dela, a vítima teve um prejuízo estimado em R$ 3 milhões.
As investigações apontam, ainda, que, durante o relacionamento dos dois, Bruno passou a desenvolver uma atividade clandestina de compra e venda de relógios luxuosos, por intermédio dos cheques furtados e transferências realizadas pela vítima.
Com o fim do relacionamento, o empresário passou a ameaçar a vítima, o que fez com que ela entrasse com pedido de medidas protetivas na Justiça. Desde então, o estelionatário nunca tentou reaver a dívida com a ex-namorada.
Ostentação e vida luxuosa
Por meio das redes sociais, Bruno Klabin se apresenta como co-fundador de uma empresa colecionadora de carros antigos. O empresário e o irmão dele são herdeiros do famoso colecionador de artes Paulo Eduardo Klabin, morto em 2007.
Nas publicações em dos seus perfis pessoais, o homem aparece em diversas fotografias, posando ao lado de automóveis de luxo ou portando armas de fogo.
De acordo com informações que constavam no Portal de Segurança do Estado do Rio de Janeiro em 2021, Bruno possuía quatros carros em seu nome, sendo um deles uma Mercedez-Benz.
Na esfera criminal, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) aceitou a denuncia apresentada pelo Ministério Público contra Bruno, no fim do ano passado, e a juíza responsável pelo caso deu prazo para ele apresentar defesa. O processo corre em segredo de Justiça.