Silvio Berlusconi morreu de leucemia. Chamado de “o imortal” por sua longevidade na política, Berlusconi estava internado desde sexta-feira (9) no hospital San Raffaele, em Milão.
Recentemente, ele passou mais de 40 dias internado para tratar uma infecção pulmonar agravada pelo quadro de leucemia mielomonocítica crônica. Berlusconi enfrentou vários problemas de saúde nos últimos anos de vida e foi internado diversas vezes.
Berlusconi governou a Itália por três vezes, entre os anos de 1994 e 1995, 2001 e 2006 e 2008 e 2011, e era senador da República desde o fim do ano passado. Ele é recordista de tempo no poder na era republicana na Itália.
Ele também fundou o Força Itália, de centro-direita, um dos partidos da base de Giorgia Meloni, de extrema-direita. Meloni é a atual premiê do país.
Durante sua vida política, Berlusconi foi acusado de corrupção, compra de testemunhas e fraude fiscal. Ele também ficou conhecido por orgias nas festas “bunga bunga”, piadas vulgares e comentários inapropriados, inclusive em reuniões internacionais.
Berlusconi foi um dos homens mais ricos da Itália e construiu uma reputação de empresário bem-sucedido investindo em meios de comunicação, empresas de publicidade, alimentícias e na construção civil.
Entre seus negócios, criou o canal de TV a cabo Telemilano, que se transformou no conglomerado Mediaset. Ele também comprou um dos maiores clubes do país, o Milan, que viveu seu período mais vitorioso sob o comando do ex-premiê. O time foi vendido em 2017.
Ao longo dos anos, Berlusconi passou por várias cirurgias no rosto em busca de rejuvenescimento e usava maquiagem para disfarçar as rugas. Com frequência, ele também aparecia acompanhado por namoradas mais jovens.
Berlusconi deixa a sua companheira, Marta Fascina, e cinco filhos: Marina, Pier Silvio, Barbara, Eleonora e Luigi.
Pivô de escândalos sexuais
Entre 2011 e 2013, Berlusconi enfrentou três julgamentos no escândalo “Rubygate”, nome que faz referência a uma menor de idade de origem marroquina que participava das festas eróticas promovidas pelo ex-primeiro-ministro.
Ele costumava apresentar Ruby como sobrinha do presidente egípcio Hosni Mubarak.
Apesar de ter sido absolvido da acusação de prostituição de menor, Berlusconi foi processado por subornar as testemunhas do caso, a maioria modelos e prostitutas. Os julgamentos abalaram sua imagem.