Os estados do Amazonas, Rio de Janeiro e Roraima lideram o índice de casos novos de tuberculose no país, que registrou ano de 2022, 78 mil novos casos, um aumento de 4,9% em relação ao ano anterior, segundo o Ministério da Saúde (MS). Pelos coeficientes, Amazonas registrou 84,1 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, o Rio de Janeiro, 75,9 casos e Roraima, 68,6 para o mesmo grupo de habitantes.
No dia 24 de março é celebrado o Dia Mundial de Combate à Tuberculose e as autoridades da área da saúde intensificam as campanhas de orientação para a doença que tem apresentado aumento de casos.
Até o último dia 8 de março deste ano, no Amazonas, já existiam 469 casos novos registrados de tuberculose. Em 2022, foram 3.826 casos e 214 óbitos pela doença e em 2021 foram 3.205 casos e 151 óbitos.
Em Manaus, em 2022, foram notificados 2.667 casos de tuberculose, apontando aumento em comparação com 2021, quando houve o registro de 2.313 casos. Em 2023, já foram registrados 332 casos de tuberculose.
No Brasil, em 2022, foram registrados 78 mil novos casos de tuberculose – um aumento de 4,9% em relação ao ano de 2021, quando houve o registro de 68.271 casos novos de tuberculose.
Em 2020, foram 68.939 casos novos e 4.543 mortes pela doença. Em 2019, o número de óbitos registrados pela doença foi bem parecido com o do ano anterior, 4.532, de acordo com informações do MS.
Em 2021, o país teve recorde de mortes pela doença, 5 mil no total, maior número identificado nos últimos dez anos, segundo o MS.
Entre as ações de combate à doença desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) para reforçar as ações do Programa de Controle da Tuberculose, está a capacitação de Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) que atuam nas zonas da cidade.
No último dia 10, um total de 100 agentes da zona Oeste da cidade foram treinados com informações sobre a situação epidemiológica da tuberculose em Manaus, a transmissão da doença, rede de diagnóstico, tratamento e acompanhamento do paciente, e formas de prevenção.
Essa capacitação, de acordo com a técnica do programa no Distrito Sanitário Oeste (Disa Oeste), Kelly Aguiar, é uma estratégia para reforçar a importância do papel e da contribuição dos ACSs e das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF), nas ações de controle da doença, desde a identificação dos casos suspeitos da doença até o acompanhamento dos pacientes em tratamento.
Eles são preparados para a identificação dos sintomáticos respiratórios, que são as pessoas que apresentam tosse por duas semanas ou mais, explica ela.
“Durante as visitas domiciliares, realizam a busca ativa de pacientes faltosos, evitando o abandono do tratamento e orientam as famílias sobre a necessidade de realização de exames para que seja possível identificar outros possíveis casos ou pessoas que foram infectadas, mas ainda não adoeceram”, afirmou Kelly.
Por ser uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch, a tuberculose afeta prioritariamente os pulmões (forma pulmonar), mas pode acometer outros órgãos ou sistemas.
A prevenção e o tratamento são importantes, segundo os médicos, porque transmissão ocorre quando, ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa, ainda sem tratamento, lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos, podendo transmitir a doença para outras pessoas.
A tosse seca ou com catarro é o principal sintoma da doença, por isso a recomendação é para que pessoas com tosse por duas semanas ou mais sejam examinadas.
O tratamento tem a duração de seis meses e o paciente deve ser orientado a tomar a medicação de forma correta, fazendo o tratamento sob o acompanhamento do Agente Comunitário de Saúde
De acordo com a Semsa, todas as unidades de saúde intensificam as ações de educação em saúde e de captação de paciente sintomático respiratório, com oferta do exame de escarro e integração com as atividades do Programa Saúde na Escola (PSE) e de campanhas como do Março Lilás.
Na esfera estadual, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Dra Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), ações de intensificação para o controle da tuberculose em municípios no Programa Estadual de Controle da Tuberculose (PECT-AM). No último dia 20, agentes de saúde estiveram em Tefé, capacitando os agentes a buscar identificar pessoas com tosse por mais de duas semanas.