Após determinação judicial, um açougue localizado em Goiânia alterou um cartaz polêmico com a frase “petista não é bem-vindo”. A nova versão do material promocional agora afirma: “Ladrão aqui não é bem-vindo. Quem apoia ladrão também não.”
Na última segunda-feira (29), o juiz da 23ª Vara Cível de Goiânia ordenou que o estabelecimento retirasse cartazes e publicações com conteúdo discriminatório. A decisão destacou que as mensagens violavam os direitos fundamentais de consumidores e cidadãos que compartilham determinada convicção político-partidária.
A princípio, medida foi resultado de uma ação civil pública apresentada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO). O magistrado também alertou para o risco de que esse tipo de atitude incentive outras empresas a adotarem condutas semelhantes, contribuindo para o aumento da polarização social e o desrespeito aos princípios democráticos.
Além da retirada imediata dos cartazes, a Justiça determinou que o açougue removesse qualquer conteúdo similar das redes sociais e proibiu a veiculação de novas mensagens com teor discriminatório. Em caso de descumprimento, o local estará sujeito a multa diária de R$ 1.000, limitada a R$ 100 mil. A decisão ainda prevê responsabilização criminal caso a ordem não seja cumprida.
No dia seguinte à decisão, o cartaz original já não estava mais disponível nas redes sociais do estabelecimento. No entanto, a nova mensagem passou a circular, e as carnes continuam sendo embaladas com imagens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Todavia, vale lembrar que, durante as eleições de 2022, o mesmo açougue foi alvo de outra polêmica. O local promoveu uma venda de picanha a R$ 22 o quilo. Contudo, só teriam direito aqueles clientes que vestissem a camisa da Seleção Brasileira, fazendo alusão ao número de urna de Bolsonaro. Na época, a Justiça Eleitoral proibiu a prática.