Gilson Cruz de Oliveira, de 56 anos, foi preso, nessa segunda-feira (15), por suspeita de matar a adolescente Maria Vitória dos Santos, de 15. Os dois mantinham um relacionamento e moravam juntos em Monteiro, na Paraíba, há cerca de um ano.
O crime aconteceu no último domingo (14). O dois estavam bebendo em casa quando começaram a discutir. Gilson pegou uma arma e atirou contra Maria Vitória, que morreu na hora. Após ser preso, o autor passou por audiência de custódia. Durante a audiência, ele permaneceu calado e não deu detalhes sobre a dinâmica do crime. Ele responde por feminicídio.
Em entrevista à TV Paraíba, afiliada da TV Globo, a mãe da adolescente, Maria Lúcia dos Santos Farias, revelou que a menina conheceu o suspeito quando tinha apenas 13 anos. Maria Vitória começou a trabalhar na padaria de Gilson e os dois começaram a se relacionar. Ela foi morar com o suspeito quando ainda tinha 14 anos.
A mãe afirma que soube que os dois já mantinham relações sexuais desde quando se conheceram, o que pode ser caracterizado pela lei como estupro de vulnerável. No Brasil, a legislação prevê que e relacionar sexualmente com menores de 14 anos é crime de estupro de vulnerável, independentemente do consentimento do menor ou dos pais. A pena mínima prevista é de oito anos de prisão.
Segundo o delegado Sávio Siqueira, responsável pelo caso, Gilson pode responder pelo crime de estupro de vulnerável, caso seja constatado que houve relação sexual antes de Maria Vitória completar 14 anos. A polícia ainda não ouviu a mãe da adolescente por ela não estar em condições de prestar depoimento.
Adolescente recebia ameaças e queria terminar relacionamento
A polícia teve acesso a uma mensagem de voz gravada por Maria Vitória antes do crime. No áudio, a adolescente revela que sofria violências constantes do namorado. “Ele já tentou fazer muita coisa comigo, né? Tipo, já jogou a pistola na minha cara, estourou a minha cabeça, aí tive que dar ponto na UPA, um monte de coisa’’, diz a menina.
Maria Vitória também conta que ainda não havia conseguido denunciá-lo. ”Só que eu nunca tive coragem de denunciar ele. Assim, né, coragem de fazer mal a ele e para os meus pais, entende?”.
A polícia ainda não sabe para quem a adolescente enviou o áudio. A mãe dela afirma que a menina queria terminar o relacionamento com o suspeito, mas não conseguia porque tinha medo e recebia ameaças. Maria Lúcia, que mora em São Paulo, planejava voltar para a Paraíba para buscar a filha, mas não conseguiu ir antes do crime.