A Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai) apreendeu nesta quarta-feira (9) um adolescente de 16 anos, suspeito de envolvimento na morte de Fernando Vilaça da Silva, de 17 anos. O crime ocorreu no dia 3 de julho, na rua Três Poderes, bairro Gilberto Mestrinho, Zona Leste de Manaus.
Segundo o delegado Luiz Rocha, as investigações começaram ainda na segunda-feira (7), logo após a polícia tomar conhecimento do caso. Através de depoimentos dos familiares da vítima e diligências no local, a polícia identificou dois adolescentes envolvidos no homicídio, ambos primos, com 16 e 17 anos de idade.
Ainda conforme o delegado, os suspeitos fugiram após o crime. Com isso, a polícia solicitou a internação provisória dos envolvidos e a Vara da Infância e Juventude Infracional atendeu ao pedido.
Adolescente se entrega voluntariamente
Devido à repercussão do caso, o adolescente de 16 anos se apresentou espontaneamente à delegacia nesta quarta-feira, acompanhado de seu advogado. A ordem judicial foi cumprida eo encaminharam à Unidade de Internação Provisória (UIP). Já o segundo suspeito, de 17 anos, permanece foragido, e as buscas continuam para que as autoridades o localizem e efetuem a apreensão
Motivação do crime
De acordo com o delegado Guilherme Torres, a principal motivação do crime teria sido a injúria homofóbica. Fernando, segundo relatos, era alvo constante de comentários preconceituosos e já sofria bullying por sua orientação sexual.
Ainda segundo Torres, o adolescente que continua foragido foi o responsável por desferir o golpe fatal e já possuía um histórico de agressividade, tendo sido expulso da escola anteriormente.
O delegado enfatizou a gravidade do crime e a necessidade de combater qualquer forma de discriminação. Ele ressaltou que nenhuma justificativa pode validar atos de violência covarde como esse.
Fernando era Jovem estudioso e Reservado
Segundo os pais de Fernando, o jovem era pacato, estudioso e reservado. Essas características, infelizmente, o tornaram alvo fácil de agressões e comentários ofensivos. O delegado Luiz Rocha reforçou que injúria homofóbica é inaceitável como motivação para tirar uma vida.
Investigações continuam
Após o crime, os dois adolescentes abandonaram suas residências, dificultando as diligências iniciais. No entanto, a polícia segue com as investigações para localizar o segundo envolvido e concluir o inquérito com a responsabilização dos autores.