O Brasil elevou seu grau de investimento para a perspectiva ‘positiva’. A análise de risco, divulgada nessa quarta-feira (1) pela agência de classificação de risco de crédito norte-americana Moody’s, considera a melhora das perspectivas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Segundo ela, essas expectativas são mais robustas do que no período pré-pandemia.
Esta não é a primeira vez que uma das grandes agências de rating eleva o rating do País. Em julho do ano passado, a Fitch Ratings aumentou a nota do Brasil, que saiu de BB- para BB. Em dezembro, a S&P Global Ratings também elevou a classificação de BB- para BB.
Após a confirmação da elevação de perspectiva de crédito, vários agentes do governo federal comemoraram. “O Brasil que estamos construindo voltou a ser respeitado no mundo e voltou a ter credibilidade econômica e ambiental. Isso é bom para todo mundo”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em postagem no X (ex-Twitter).
Na mesma rede, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que a Moody’s “acompanhou as outras agências de risco ao reconhecer a mudança para melhor das nossas perspectivas econômicas”.
“Isso tem a ver com o trabalho conjunto dos Três Poderes, que colocaram os interesses do país acima de divergências superáveis. Mesmo com a deterioração momentânea da economia global, o Brasil caminha e recupera credibilidade econômica, social e ambiental. Temos muito a fazer”, escreveu o chefe da Fazenda.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, também utilizou a mesma rede social para comentar que a agência reconhece os “avanços econômicos e as reformas em curso”. “Vamos continuar trabalhando para recuperar o grau de investimento, unindo esforços do governo, Congresso e Judiciário para superar desafios orçamentários e impulsionar nossa economia”, pontuou.
Mais próximo do rating Baa3
Apesar da melhora na perspectiva, que saiu do nível ‘estável’, a agência ainda mantém o Brasil em Ba2, dentro do nível de especulação considerado baixo. O nível de endividamento, junto com a capacidade de pagamento da dívida pública, é uma da explicações.
“A mudança de perspectiva para positiva tem como base a avaliação da Moody’s de que um crescimento mais forte combinado com um progresso contínuo, embora gradual, em direção à consolidação fiscal, pode permitir que o peso da dívida do Brasil se estabilize. No entanto, há riscos para a continuidade da execução da consolidação fiscal pelo governo”, avalia, em nota, a agência.
Caso o país obtenha êxito na apresentação do resultado primário e dos déficits fiscais, a a credibilidade da política fiscal pode aumentar e, consequentemente, elevar o rating atual. A classificação de risco do país não chega em Baa3 desde 2016.