A Justiça Eleitoral de São Paulo tornou réu nesta quinta-feira (30) o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) sob a acusação de corrupção e lavagem de dinheiro, além de receber caixa dois da Odebrecht.
Segundo despacho do juiz Marco Antonio Martin Vargas, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, há indícios suficientes na acusação do Ministério Público Eleitoral para a abertura da ação. A denúncia tinha sido oferecida na último dia 23.
A acusação se refere a pagamentos para as campanhas eleitorais de 2010 e 2014, quando ele disputou o governo do estado. Segundo a Promotoria, o ex-governador recebeu R$ 2 milhões em espécie da Odebrecht na campanha de dez anos atrás e R$ 9,3 milhões quando disputou a reeleição. Ele foi eleito nas duas ocasiões.
O magistrado citou como elementos de prova, além dos depoimentos de delatores, planilhas de pagamentos da empreiteira, dados armazenados nos sistemas de pagamentos MyWebDay e Drousys e emails.
“Depoimentos dos colaboradores e das testemunhas, somados aos elementos de corroboração acostados aos autos, em tese, perfazem conjunto de indícios, por ora, capaz de reforçar a convicção sobre o envolvimento dos denunciados no complexo esquema de solicitação e recebimento de vantagens indevidas”, escreveu.
Além de Alckmin, mais nove acusados se tornaram réus, incluindo seis delatores da Odebrecht. A lista também inclui Marcos Monteiro, ex-tesoureiro do PSDB, e Sebastião Eduardo Alves de Castro, ex-assessor do ex-governador.
Adhemar Cesar Ribeiro, cunhado de Alckmin, é apontado como intermediário dos pagamentos, mas as acusações foram consideradas prescritas e ele não foi incluído na ação.
Alckmin tem negado as acusações e afirma que não praticou qualquer ilícito. Ele governou o estado por quatro mandatos (de 2001 a 2006 e de 2011 a 2018).