O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou pela transformação de Jair Bolsonaro e outros sete denunciados em réus. Essa decisão se baseia em uma suposta trama de ruptura institucional. A 1ª Turma do STF se reuniu na manhã desta quarta-feira, 26, para discutir o caso.
Flávio Dino, o segundo magistrado a votar, acompanhou o relator. Ele pediu o recebimento da íntegra da denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR).
Durante sua argumentação, Moraes afirmou que Bolsonaro e os demais acusados fizeram parte de um “núcleo crucial” em uma tentativa de golpe de Estado. O relator destacou que o “arcabouço probatório foi produzido pela Polícia Federal de forma independente”. Além disso, as provas corroboram a narrativa de uma tentativa de golpe.
Moraes mencionou a delação de Mauro Cid, que citou reuniões do ex-presidente com o comandante do Exército, Marinha e ministro da Defesa, para discutir uma minuta de golpe. Na visão do ministro, não é normal que um presidente que acabou de perder uma eleição se reúna com estas autoridades para controlar a entrada e saída de pessoas do Palácio da Alvorada.
Durante a sessão, houve a exibição de um vídeo, com cerca de 5 minutos,que traz um recorte sobre as manifestações de 8 de janeiro de 2023. Moraes afirmou: “Não houve um passeio no parque. Ninguém, absolutamente ninguém que estava lá, estava passeando”.
Sem mencionar Débora dos Santos, uma cabeleireira de 39 anos que pode sofrer uma condenação de 14 anos de prisão, o ministro fez um comentário:
“Ninguém estava passeando com um batom ou só passando um batonzinho na estátua”.