Manaus – A história de Maria Eduarda de Araújo, uma jovem de 17 anos, estudante da rede pública do Amazonas, é a prova viva de que sonhos guiados pela paixão e determinação podem alcançar as estrelas — literalmente. Com uma trajetória marcada por desafios e persistência, Eduarda acaba de ser selecionada para compor a delegação brasileira na renomada Olimpíada Internacional de Física e Astronomia – Copernicus, um evento de prestígio mundial que reúne jovens mentes brilhantes em competições de ciência, matemática e astronomia.
Moradora de Presidente Figueiredo, município localizado a 107 quilômetros de Manaus, Eduarda sempre nutriu uma curiosidade pelo mundo ao seu redor. Aos 5 anos, recorda-se de ter ficado hipnotizada diante de uma palestra feita por pesquisadores transmitida na TV. “Eu queria ser como eles”, lembra ela. No entanto, o caminho para alcançar esse sonho foi longo e cheio de obstáculos.
Aluna de escola pública, a jovem enfrentou um início difícil em sua jornada acadêmica. O desânimo e a sensação de estar à deriva a acompanharam em diversos momentos, especialmente ao se deparar com fórmulas complexas e livros que pareciam impossíveis de serem compreendidos. Contudo, Maria Eduarda nunca desistiu. “A frustração era minha companheira, mas eu continuei”, conta, explicando como, mesmo sem muitos recursos, mantinha a rotina de estudos, sozinha.
Foi em 2020, durante a pandemia da Covid-19, que Eduarda encontrou sua verdadeira paixão: a astronomia. Confinada em casa e com mais tempo para explorar o vasto universo de informações na internet, ela mergulhou fundo em vídeos, artigos e imagens do cosmos. “Um dia, surgiu a certeza: é isso que eu devo fazer. É isso que eu amo”, revela. A partir daí, a jovem canalizou todo seu amor pelo conhecimento para competir em diferentes olimpíadas, vendo nelas uma chance de testar sua dedicação e provar a si mesma que o esforço valia a pena.
Superou barreiras
A jovem destaca o papel fundamental dos professores que cruzaram seu caminho e a incentivaram a continuar focada nos estudos. “Eles foram uma luz no meio das dificuldades”, agradece. E, com esse apoio e muita resiliência, Maria Eduarda conseguiu superar suas próprias barreiras e ser selecionada para competir ao lado dos melhores jovens do mundo.
Agora, a jovem amazonense está prestes a embarcar para Houston, nos Estados Unidos, com o desejo de aprender o máximo possível. “Quero me conectar com outros estudantes apaixonados pela ciência, trocar experiências e expandir minha visão sobre a astronomia”, diz, ansiosa para o que está por vir. Para ela, mais do que competir, essa é uma oportunidade única de crescimento pessoal e profissional, além de um momento para representar sua comunidade e o Brasil no cenário internacional.
Eduarda faz questão de reforçar que a dedicação, o trabalho árduo e o estudo que a trouxeram até aqui. Agora, sua missão é levar o nome do Amazonas e do Brasil para as estrelas, motivando novas gerações a olhar para o céu e ver nele um campo de infinitas possibilidades.