Após 12 anos de luta por justiça, a família de Viviane Costa de Castro finalmente viu os responsáveis por sua morte sofrerem a condenação. Nesta quarta-feira, 7, o Tribunal do Júri da 2.ª Vara do Júri de Manaus sentenciou Alesson Pessoa Mota e Francisco de Almeida a mais de 30 anos de prisão cada um. O julgamento aconteceu no Fórum de Justiça Ministro Henoch Reis, localizado no bairro São Francisco, zona Sul da capital amazonense.
Condenações superam 70 anos
O réu Alesson Mota, ex-noivo da vítima e pai de uma de suas filhas, recebeu pena de 37 anos, 3 meses e 15 dias de prisão. Já Francisco de Almeida, que executou os disparos, foi condenado a 33 anos, 9 meses e 19 dias, ambos em regime fechado.
Francisco não compareceu ao julgamento, enquanto Alesson participou dos dois primeiros dias. Com a sentença, o juiz Lucas Couto Bezerra expediu mandados de prisão preventiva. Agora, A Justiça considera os dois como foragidos da Justiça, conforme consta no Banco Nacional de Mandados de Prisão.
Crime motivado por vingança
De acordo com o Ministério Público, Francisco atirou em Viviane a mando de Alesson, motivado por vingança após o fim do relacionamento. O primeiro atentado ocorreu em junho de 2012, quando a vítima sobreviveu. No entanto, em 23 de maio de 2013, Francisco voltou a atacá-la. Desta vez, Viviane — que tinha 36 anos — não resistiu.
Na época do crime, ela deixou duas filhas, de 2 e 15 anos, gerando grande comoção em Manaus.
Filha de Viviane celebra a justiça
A filha mais velha da vítima, Fernanda Castro, acompanhou todas as sessões do julgamento e expressou alívio ao final da sentença:
“Era essa a resposta que a gente esperava, e foi essa que tivemos, graças a Deus. Foram 12 anos de espera, nesta luta, neste luto constante, e finalmente vou poder dormir em paz, com a certeza de que a justiça foi feita pela minha mãe.”
O promotor de Justiça Thiago de Melo Roberto Freire conduziu a acusação, com apoio das advogadas Tallita Lindoso Silva e Cíntia Rossette de Souza.
Relembre o caso: ataque cruel em plena luz do dia
Viviane Castro, técnica de enfermagem e mãe dedicada, morreu a caminho do trabalho, no bairro Cidade Nova, zona norte de Manaus. Dois homens armados a surpreenderam enquanto ela dirigia. O crime brutal chocou a cidade e se tornou um símbolo da luta por justiça para as vítimas de feminicídio.