Nesta segunda-feira, o governo do estado de São Paulo entrega mais um lote de 3,3 milhões de doses da CoronaVac, vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, ao Ministério da Saúde para que elas sejam usadas no Programa Nacional de Imunização (PNI).
No total, 20,6 milhões de doses já foram entregues desde o início do acordo de distribuição – firmado em 17 de janeiro. O acordo prevê o envio de 46 milhões de doses até o final de abril.
Conforme os anúncios do Butantan, só em março foram entregues 7,1 milhão de doses de vacina em quatro lotes de envio – contando com a entrega de hoje. O número já ultrapassa as 4,85 milhões de doses que foram distribuídas para o Governo Federal em fevereiro.
Dimas Covas, presidente do Butantan, afirmou na coletiva da última quarta-feira (10) que, até o fim de março, a expectativa é de entrega total de 22,7 milhões de doses para o PNI.
Assim, a ideia é que em abril o Butantan repasse as doses restantes, até atingir 46 milhões. Ainda, o Butantan deve entregar mais 54 milhões de doses até agosto deste ano, totalizando 100 milhões de doses da CoronaVac.
Situação da pandemia
A necessidade de mais vacinas é clara: o Brasil bateu o recorde pelo 16º dia seguido de alta na média móvel de mortes pela Covid-19. Essa média chegou a 1.832 óbitos por dia nos últimos sete dias, segundo dados coletados até as 20h do domingo pelos veículos de imprensa Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1.
Os dados mostram que o país teve sua pior semana na pandemia, com 12.795 mortes de segunda (8) até domingo (14). Antes desse número, o recorde semanal de mortes havia sido registrado na semana anterior (1 a 7 de março), com 10.482 óbitos.
Também na última semana, o país teve registros diários de mortes superiores a 2.000 pela primeira vez na pandemia. No último domingo, o país atingiu a maca de 53 dias seguidos com a média acima de 1.000 óbitos diários.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, até o último domingo eram 11.483.370 casos confirmados e 278.229 mortes desde o início da pandemia.
Preocupação com variantes
Na coletiva em que anunciou a leva de doses da semana passada, Covas também ressaltou a preocupação com as variantes do coronavírus. A variante da África do Sul (B.1.351) é a que mais preocupa o governo, por apresentar maior carga viral e transmissão mais rápida, além de ser resistente à neutralização dos anticorpos produzidos por algumas vacinas e até mesmo pela produção natural de anticorpos pelo infectado. A variante do Reino Unido (B.1.1.7) também apresenta uma velocidade maior na transmissão (30% a 50% superior, na comparação com a variante inicial).
Ainda, há outras duas variantes brasileiras: a chamada P.1, do Amazonas, e a P.2, do Rio de Janeiro. A última é predominante no país atualmente, segundo Covas. “A variante do Amazonas preocupa e explica parte desse momento complicado da pandemia. É mais agressiva. Mas a vacina do Butantan é eficaz contra todas as variantes”, afirmou o presidente.