Ontem pegou fogo a sessão virtual que tratava a audiência pública sobre a privatização do gás no Amazonas, com declarações fortes do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Ari Moutinho Jr. que em seu pronunciamento acusou o presidente da Cigás, Renê Levi, que estava falando na sessão online, de mentir para o parlamento. “Se a Cigás for vendida por R$ 100 mil, o Amazonas fica com R$ 54 mil ou com R$ 17 mil?”, só não chamou de santo, mas “ladrões”, “canalhas” e “quadrilha” foram disparados contra o grupo que hoje domina a Companhia de Gás do Amazonas (Cigás).
Sobrou até para o governador Wilson Lima (PSC) que vetou o PL, aprovado pelo Legislativo que visa privatizar o mercado de gás no Estado do Amazonas. Ari Moutinho Jr. chamou de “Cleptomaníaco” e “imbecil”.
O vereador Chico Preto (DC) que também participou da audiência, afirmou que o ex-vice governador do Amazonas, Samuel Hanan, com a anuência dos ex-governadores Amazonino Mendes e Eduardo Braga, foi o responsável por estabelecer o monopólio da Cigás na distribuição e comercialização do gás natural no estado.
“É por isso que a Petrobras reinjeta 51% do gás novamente no solo. Porque para tirar dali tem que pagar para Cigás. Isso é um absurdo num ambiente de livre mercado. O Samuel Hanan é o grande artífice desse processo. Ele montou essa engenharia que favorece somente o senhor Carlos Suarez e seus sócios ocultos”, afirmou.
Derrubada do veto
Chico Preto tem encampado uma mobilização nas redes sociais pela derrubada do veto governamental ao Projeto de Lei 153/2020, aprovado pela Aleam e que põe fim ao monopólio Cigás. Durante a audiência pública ele reiterou o pedido aos deputados estaduais.
“É primordial a derrubada do veto e o fim do monopólio. Mais empresas é a certeza de mais empregos e melhores serviços, não só para o uso do Gás Natural Veicular (GNV), mas de outro serviços oriundos do gás que hoje nós temos. O gás pode ser encanado e pode ser usado nas cozinhas e ser mais barato que o gás vendido na botija. Precisamos de competição para ampliar o mercado do gás canalizado na cidade de Manaus”, concluiu.