O projeto de restauração de uma edificação histórica no Centro Histórico, que será transformada no bar “Estação das Pedras”, está entrando em sua fase de aprovação. A arquiteta e urbanista Melissa Toledo, especializada em patrimônio histórico, explicou em detalhes os objetivos e o conceito por trás da proposta.
A edificação, que é de interesse histórico, foi caracterizada pelo decreto municipal 7176/04 como de primeiro grau. O projeto, segundo a arquiteta, é simples e busca preservar a tipologia arquitetônica e os materiais construtivos de época. “É uma tipologia de porão com primeiro e segundo pavimentos, mas como os empreendedores locaram apenas a área do porão para uso de bar, nosso foco foi conservar a originalidade das pedras e das estruturas do assoalho”, destacou.
A proposta de restauração visa manter a autenticidade do edifício, valorizando suas características originais. “O porão tem uma característica estrutural muito interessante, e essa foi a essência do projeto: conservar a originalidade das pedras e das estruturas, do chão do assoalho ao primeiro pavimento, e trabalhar uma distribuição espacial das mesas como serviços”, explicou Toledo.
A arquiteta enfatiza que o objetivo é usar o próprio espaço como elemento decorativo, preservando a arquitetura original. “Buscamos, antes de tudo, alocar a área de serviços nas áreas que são originais, justamente para manter a preservação e, entre aspas, ‘explorar’ no sentido benéfico da palavra, onde a própria arquitetura é o seu elemento decorativo”, ressaltou.
O bar, denominado “Estação das Pedras” pelos proprietários, é inspirado nas pedras que compõem a estrutura original do edifício. “A arquitetura interferiu de forma positiva no conceito desse novo serviço, que o Centro Histórico vai abrigar”, afirmou Toledo. Apesar do foco no projeto arquitetônico, ela deixou claro que não tem envolvimento direto com a operação do bar em si: “Meu trabalho e meu contato foram realmente no âmbito arquitetônico. Fui procurada por ter essa ênfase em patrimônio”.
Os proprietários do bar são três sócios com formações distintas: um engenheiro civil, um administrador e um empreendedor da área de serviços de bares e alimentação. “Eles se juntaram por gostarem deste segmento e com ênfase em rock”, comentou Melissa Toledo. Entretanto, ela destaca que, apesar da proposta inicial de ser um “porão de rock”, o projeto foi adaptado para valorizar a arquitetura única do edifício. “Quando a gente olha aquela pérola, não tinha como ter um ambiente underground. A arquitetura tinha que ser evidenciada, e essa foi a pauta do projeto”, concluiu.
A inauguração da “Estação das Pedras” é aguardada para o final do ano, trazendo uma nova vida para esta edificação histórica, enquanto preserva e destaca suas características arquitetônicas originais.