O filme americano Barbie, da diretora Greta Gerwig, foi retirado de cartaz nesta segunda-feira (14) dos cinemas da Argélia, apesar de ter sido lançado em 21 de julho. A retirada do filme ocorreu sem um comunicado oficial das autoridades e gerou acusações de um novo episódio de censura.
De acordo com o jornal digital 24H Algérie, o Ministério da Cultura enviou, neste domingo (13), uma circular à distribuidora MD Ciné, bem como às salas de Argel, Constantine e Oran para a remoção imediata do longa, por “ataque à moral [religiosa]”, embora até agora não tenha se pronunciado publicamente.
Entre os afetados por essa decisão está a multissala Garden City TMV, que inaugura suas instalações na capital nesta segunda, e que retirou o filme de sua programação esta semana para substituí-la por outros títulos estrangeiros, como o bem-sucedido Oppenheimer. Este, ao contrário de Barbie, contém cenas de sexo e nudez, para as quais os internautas questionaram os motivos do veto.
A Argélia segue os passos de outros países da região como o Kuwait e também o Líbano, que defendem que o filme “promove a homossexualidade” e encoraja a ideia de “recusar a guarda do pai, menosprezar o papel da mãe e ridicularizar questionando a necessidade do casamento e de constituir uma família”.
Em apenas três semanas, cerca de 400 mil espectadores puderam assistir à sua exibição, protagonizando inusitadas filas de espera no país norte-africano, onde a maioria das salas de cinema desapareceu. Atualmente, restam 20, contra as 450 que existiam antes de sua independência em 1962.
A Autoridade Reguladora do Audiovisual (Arav) anunciou, na última sexta (11), a suspensão temporária do novo canal privado de televisão Essalam TV, após a exibição de um filme estrangeiro com cenas “contrárias aos preceitos do Islã e aos costumes da sociedade”.
Pouco depois, o canal pediu desculpas pelo “erro inadvertido” e explicou que havia sancionado o responsável. Em novembro, a El Adjawaa TV – que transmite do Reino Unido – foi fechada para sempre por transmitir imagens “imorais”.