O ex-presidente Jair Bolsonaro ficou cerca de meia hora na sede da Polícia Federal, em Brasília, nesta quinta-feira (22), mas permaneceu em silêncio durante depoimento no âmbito da investigação sobre suposta tentativa de golpe de Estado.
— Esse silêncio não é simplesmente o uso do exercício constitucional silêncio, mas uma estratégia baseada no fato de que a defesa não teve acesso a todos os elementos por quais estão sendo imputados ao presidente a prática de certos delitos — afirmou o advogado Fabio Wajngarten, depois que Bolsonaro deixou o local.
A convocação de Bolsonaro para depor faz parte da operação Tempus Veritatis, deflagrada pela PF há duas semanas, segundo a qual o ex-presidente e aliados se organizaram para tentar um golpe de Estado impedindo a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
— A falta de acesso a esses documentos, especialmente às declarações do tenente-coronel Mauro Cid, e às mídias eletrônicas obtidas dos telefones celulares de terceiros e computadores impedem que a defesa tenha um mínimo de conhecimento de por quais elementos o presidente é hoje convocado ao depoimento — acrescentou Wajngarten.