O Brasil alcançou, no segundo trimestre de 2025, o menor número de pessoas desempregadas há mais de um ano desde o início da série histórica da PNAD Contínua Trimestral, iniciada em 2012. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número de trabalhadores desempregados por mais de um ano ficou em 1,913 milhão entre abril e junho — uma redução de 21% em comparação com o mesmo período de 2024, quando esse total era de 2,4 milhões.
Esse resultado acompanha o movimento de queda na taxa de desemprego nacional, que foi de 5,8% no trimestre, a menor já registrada pela série. Também houve recordes no número de empregados com carteira assinada (39 milhões) e no rendimento médio mensal dos trabalhadores (R$ 3.477).
Tempo de busca por emprego
Em todas as faixas de tempo de procura por trabalho houve redução:
- Menos de 1 mês: -16,7%
- De 1 mês a menos de 1 ano: -10,7%
- De 1 a menos de 2 anos: -16,6%
- 2 anos ou mais: -23,6%
O grupo que procura trabalho entre 1 mês e 1 ano totalizou 3,2 milhões de pessoas, também o menor número da série histórica.
Perfil dos desocupados
A pesquisa do IBGE revela que a desocupação afeta mais mulheres, pretos e pardos. A taxa de desemprego entre mulheres foi de 6,9%, contra 4,8% entre homens. Entre os brancos, a taxa foi de 4,8%, enquanto entre pretos e pardos, 7% e 6,4%, respectivamente.
A taxa de desocupação para quem tem ensino médio incompleto chegou a 9,4%, a maior entre os níveis de escolaridade analisados. Já entre os trabalhadores com ensino superior completo, a taxa foi de apenas 3,2%.
📉 Queda regional do desemprego
O IBGE também apontou que 18 das 27 unidades da federação tiveram queda na taxa de desemprego em relação ao primeiro trimestre. Destaque para 12 estados que registraram os menores índices de desocupação para um segundo trimestre desde 2012, incluindo Santa Catarina (2,2%), São Paulo (5,1%), Minas Gerais (4%), Bahia (9,1%), entre outros.
Segundo o analista do IBGE William Kratochwill, o mercado de trabalho mostra resiliência e capacidade de absorver mão de obra, inclusive de trabalhadores temporários, o que contribui para a queda no desemprego de longa duração.
“O mercado está gerando oportunidades que estão absorvendo muitas pessoas, inclusive aquelas que tinham mais dificuldade de encontrar um posto de trabalho”, afirmou o pesquisador.