O Brasil reduziu consideravelmente a incidência da hepatite A entre a população e zerou a fila de espera por tratamento para os quatro tipos de hepatites virais no Sistema Único de Saúde. O dado faz parte do boletim epidemiológico divulgado nessa terça-feira pelo Ministério da Saúde para marcar o Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais.
A data começou a ser comemorada em 2008 e, a pedido do governo brasileiro, desde 2010 faz parte do calendário oficial da ONU.
O secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Arnaldo Correia de Medeiros, destacou que a incidência da doença caiu 93% no período de 2009 até o ano passado.
De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde, a redução está diretamente ligada à vacinação contra as hepatites A e B, oferecida gratuitamente nos postos de saúde. E o estoque de medicamentos atual é suficiente para atender a todos os pacientes que tratam hepatites A, B, C e D no SUS, pelo menos até março do ano que vem. Além disso, a rede pública tem sobra de cerca de 20% de remédios para oferecer a novos pacientes que sejam diagnosticados com hepatite.
A hepatite C é a que pode evoluir para câncer ou cirrose. E é a que mais mata no Brasil, com 76,1% do total de vítimas da hepatite. A do tipo B causa 21,3% das mortes, enquanto a hepatite A é a causa de 1,6% e a do tipo D, responde por 1%.
Para o tipo C não existe vacina, mas um tratamento que dura quatro meses e, de 2015 para cá, ficou bem mais barato para os cofres públicos. O custo médio por paciente caiu 88%, de US$ 10.772, há cinco anos, para US$ 1.201, agora. Arnaldo Medeiros fez um balanço sobre o tratamento, que tem alta eficiência.
O Brasil tem a meta de se tornar um país livre das hepatites virais até o ano de 2030. Para isso, precisa reduzir a incidência da doença em 90% e o índice de mortalidade em, pelo menos, 60%. No ano passado, 37.773 brasileiros morreram em decorrência de algum tipo de hepatite.
Uma portaria editada no mês passado orienta os profissionais do SUS a ampliar o acesso dos pacientes ao tratamento e ao diagnóstico precoce da doença. Entre as mudanças previstas na portaria está a que regulamenta o acesso imediato aos remédios. Antes disso, era preciso esperar até dois meses para começar o tratamento.
Outra alteração é que, agora, o tratamento contra hepatite pode ser prescrito por qualquer médico – antes só os especialistas poderiam receitar. Essas mudanças foram feitas pelo Ministério da Saúde a pedido de organizações que representam pacientes com a doença.