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30 de julho de 2025
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Brasileiro está preso na Ucrânia após sofrer engano em alistamento militar voluntário

Lucas Felype, de 20 anos, afirma que foi recrutado para atuar com drones, mas acabou sendo enviado à linha de frente do conflito

Imagem: Reprodução/Redes sociais

O brasileiro Lucas Felype Vieira Bueno, de 20 anos, natural de Francisco Beltrão, no Paraná, usou as redes sociais na última sexta-feira (25) para fazer um apelo dramático. Segundo ele, está preso em uma situação de risco na Ucrânia após se alistar como voluntário com a promessa de atuar na área de tecnologia militar, especificamente com drones. No entanto, ao chegar ao país, o designaram para atuar na linha de frente, sem o seu consentimento.

“Eu vim para a Ucrânia como voluntário com a promessa de trabalhar com tecnologia militar. Mas desde que cheguei aqui tudo mudou. Estão colocando uma arma na minha mão e me levando para uma zona de guerra sem meu consentimento”, declarou em vídeo.

Promessas quebradas e contrato obrigatório

Lucas relatou que tomou a decisão de se alistar após perder a mãe para o câncer, no final de 2024. Enfrentando o luto, ele viu um vídeo de recrutamento para estrangeiros e iniciou o processo, motivado pela vontade de dar um novo rumo à vida. Ainda segundo ele, foi assegurado que atuaria com tecnologia e logística, longe da linha de frente.

Após chegar à Ucrânia, ele realizou um treinamento básico e assinou contrato com o Ministério da Defesa do país. Escolheu uma brigada especializada em drones, mas o surpreenderam com a notícia de que deveria se transferir para a região de Kharkiv, uma das áreas mais afetadas pela guerra e próxima à fronteira com a Rússia.

“No início disseram que seria apenas um treinamento, mas chegando aqui percebi que parece ser uma preparação para o front”, explicou. Segundo ele, tudo é “meio vago”, e há incertezas sobre os próximos passos.

Contrato irrecusável e falta de apoio

Lucas tentou romper o contrato, mas o informaram de que o documento assinado em junho prevê um período mínimo obrigatório de seis meses. “Conversei com os responsáveis, mas todas as respostas foram as mesmas: não posso quebrar o contrato”, lamentou.

Além disso, ele buscou ajuda da embaixada brasileira e do Ministério das Relações Exteriores, mas, até o momento, não obteve apoio. “A resposta foi que eles não podem fazer nada e que eu tenho que resolver sozinho com o exército ucraniano. Estou sozinho no meio de uma guerra.”

Outros brasileiros em situação semelhante

Após a repercussão de seu relato, Lucas contou que foi procurado por outros brasileiros vivendo situações semelhantes. “Estamos trocando informações e tentando entender onde as coisas começaram a dar errado. Essa exposição pública não foi por impulso. Foi uma tentativa de ser ouvido”, afirmou.

O vídeo termina com um alerta comovente: “Se eu sumir, se algo acontecer comigo, vocês já sabem. E quero que outros brasileiros não passem pelo que eu estou passando.”

A CNN informou que entrou em contato com a embaixada brasileira na Ucrânia e o Itamaraty, mas não obteve retorno até a publicação da matéria.

 

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