Manaus – A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) encerrou, nesta quarta-feira (19), as investigações sobre o caso Djidja Cardoso, que foi encontrada morta no dia 28 de maio, por overdose de ketamina. Ao todo, as investigações envolveram 11 pessoas.
De acordo com PC-AM, A operação Mandrágora prendeu 10 pessoas envolvidas no caso, no entanto o inquérito policial aponta 11 indiciados.
De acordo com o delegado Cícero Túlio, titular do 1° Distrito Integrado de Polícia (DIP), apurou-se a existência de uma seita religiosa fundada pela família Cardoso, com o fim de induzir funcionários de uma rede de salões de beleza ao uso das substâncias Ketamina e Potenay de uso veterinário. A mãe de Djidja, Cleusimar Cardoso, e o imão, Ademar Cardoso, foram indiciados por tortura, homicídio, tráfico de drogas e outros 12 crimes.
Durante as investigações, foi possível identificar que Cleusimar, Ademar e Djidja, com o auxílio do namorado da ex-sinhazinha, Bruno Rodrigues, e dos funcionários Claudiele Santos da Silva, 33; Verônica da Costa Seixas, 30; e Marlisson Vasconcelos Dantas, operavam o esquema criminoso promovendo a realização de cultos religiosos com a utilização dos entorpecentes.
Conforme a autoridade policial, o grupo criminoso pretendia montar uma clínica veterinária para facilitar o acesso e compra dos medicamentos de uso controlado, bem como fundar uma comunidade para manter os trabalhos doutrinários da seita.
A família também era ajudada por Hatus Silveira, apontado como elo dos autores com os fornecedores das substâncias, principalmente José Máximo, Sávio e Roberleno, administradores dos empreendimentos comerciais que forneciam os medicamentos.
Segundo a autoridade policial, Djidja Cardoso passou a ser vítima de tortura praticada por sua própria mãe, Cleusimar. Ela veio a óbito no dia 28 de maio deste ano, por depressão cardiorrespiratória em razão das torturas sucessivamente praticadas, inclusive registradas por vídeos feitos pela própria agressora.
Ainda entre os indiciados está um homem identificado como Emicley, que teria auxiliado na dissimulação de provas durante as buscas realizadas em uma das clínicas veterinárias onde trabalhava, na primeira fase da Operação Mandrágora.
A polícia representou nesta semana pela conversão da prisão temporária em preventiva de Bruno Rodrigues, ex-namorado de Djidja, com base nas provas coletadas em seu aparelho celular que indicam a participação do indiciado também na gestão da seita criminosa.
Os autores foram indiciados pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, perigo para a vida ou saúde de outrem, falsificação, adulteração ou corrupção de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais, aborto provocado sem consentimento da vítima, estupro de vulnerável, charlatanismo, curandeirismo, sequestro e carcere privado, constrangimento ilegal, favorecimento pessoal, favorecimento real, exercicio ilegal da medicina e tortura com resultado morte.
A Operação Mandrágora, apurou a existência de uma seita religiosa responsável por fornecer e distribuir a substância ketamina, além de incentivar e promover o uso da droga.