Cerca de 110 mil pessoas fugiram da cidade de Rafah, ameaçada por um ataque em grande escala do Exército israelense, para áreas que consideram menos perigosas na Faixa de Gaza, anunciou a Organização das Nações Unidas (ONU).
“Cerca de 30 mil pessoas estão fugindo da cidade todos os dias”, disse o chefe de Gabinete de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) para Gaza, Georgios Petropoulos, em Genebra, na Suíça, citado pela agência francesa AFP
Segundo Petropoulos, a maioria das pessoas “já teve de se deslocar cinco ou seis vezes” desde o início da guerra entre Israel e o Hamas.
O conflito foi desencadeado por um ataque sem precedentes do movimento extremista palestino em solo israelense, em 7 de outubro, que deixou cerca de 1.200 mortos, segundo Israel.
A ofensiva militar israelense que se seguiu na Faixa de Gaza deixou quase 35 mil mortos, de acordo com o governo do Hamas, que controla o território desde 2007.
Israel apelou, na semana passada, aos palestinos concentrados em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, para que se deslocassem a outras áreas do território.
Apesar de apelos internacionais, Israel mantém a intenção de atacar Rafah, onde diz que se concentram as últimas unidades ativas do Hamas.
Desde o início da guerra, mais de 1 milhão de pessoas fugiram do norte para sul, a fim de tentar escapar da ofensiva israelense.
O Exército israelense disse hoje que mantém operações no leste de Rafah e que retomou a atividade militar no bairro de Zeitun, na cidade de Gaza, onde alega que se encontram forças do Hamas.
As tropas de Israel disseram que localizaram mais de uma dezena de túneis subterrâneos em Rafah e no lado palestino da passagem da cidade, que liga o enclave ao Egito, atingidos por aviões de combate.
Os locais foram usados para disparar foguetes de artilharia e morteiros nos últimos dias, “incluindo em direção à passagem de Kerem Shalom”, que liga Israel à Faixa de Gaza, disse o Exército israelense.