A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nesta quarta-feira (16) um estudo sobre os impactos das tarifas dos Estados Unidos ao Brasil, à China e a 14 outros países. O levantamento, que utilizou dados do IBGE, do Ministério da Indústria e da UFMG, revela efeitos econômicos significativos.
EUA: maior prejudicado pelo “tarifaço”
Segundo a CNI, o PIB dos EUA pode cair 0,37% devido às barreiras tarifárias impostas por Washington. Esse valor decorre da taxa aplicada sobre importações de aço, automóveis e outros produtos originários do Brasil, China e outros países.
Brasil e economia global também sofrem
Para o Brasil e China, a projeção de queda do PIB é de 0,16%. Já a economia global pode encolher 0,12%, com o comércio internacional recuando 2,1%. “Essa política é um perde-perde para todos, mas principalmente para os americanos”, avaliou o presidente da CNI.
Impactos no Brasil: queda de PIB, exportações e empregos
O “tarifaço” pode retirar R$ 19,2 bilhões do PIB brasileiro e reduzir exportações em R$ 52 bilhões, acarretando a perda de 110 mil empregos. Os setores mais afetados incluem:
- Tratores e máquinas agrícolas: produção cai 4,18% e exportações 11,31%.
- Aeronaves e equipamentos de transporte: queda de 9,1% na produção e 22,3% nas exportações.
- Carniças de aves: retração de 4,1% na produção e 11,3% nas exportações.
Estados como São Paulo (–R$ 4,4 bi), Rio Grande do Sul (–R$ 1,9 bi), Paraná (–R$ 1,9 bi), Santa Catarina (–R$ 1,7 bi) e Minas Gerais (–R$ 1,6 bi) serão os mais atingidos.
Relação Brasil–EUA e balança comercial
O Brasil aplica uma tarifa média de 2,7% sobre produtos americanos. Entre 2015 e 2024, os EUA registraram superávit de US$ 43 bilhões em bens e US$ 165 bilhões em serviços com o Brasil. Atualmente, os EUA são o terceiro maior parceiro comercial brasileiro, responsáveis por 12% das exportações e 16% das importações — representando 78,2% das exportações da indústria de transformação em 2024.