O promotor de Justiça do Amazonas, Walber Luís Silva do Nascimento, continuará sob investigação disciplinar pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) por mais 180 dias. A princípio, a prorrogação do Processo Administrativo Disciplinar (PAD) foi solicitada pelo relator do caso, o conselheiro Antônio Edílio Magalhães Teixeira.
Declarações polêmicas durante júri motivaram abertura do PAD
O PAD foi instaurado em dezembro de 2023, após uma reclamação disciplinar apontar que o promotor fez declarações ofensivas contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros de tribunais superiores. O episódio ocorreu durante uma sessão do Tribunal do Júri, em Manaus, no dia 19 de junho daquele ano.
De acordo com a denúncia, Walber afirmou:
“Por que que o Brasil é o país que mais lincha? E a resposta é óbvia, senhores: não tem um único ladrão de verdade preso, porque o líder da quadrilha dos ladrões hoje está na presidência.”
CNMP avalia violação de deveres funcionais
As falas do promotor ganharam repercussão nacional e membros do CNMP a classificaram como possível violação aos deveres funcionais do Ministério Público, especialmente os princípios de imparcialidade e decoro.
Todavia, a prorrogação do prazo para a concluir a apuração ainda passará pelo plenário do CNMP. Segundo o relator:
“Submeto ao Plenário deste Conselho a prorrogação do Processo Administrativo Disciplinar por 180 dias, a contar de 10 de junho de 2025.”
Objetivo da prorrogação é garantir produção de provas
O conselheiro Antônio Teixeira justificou que o novo prazo é necessário para garantir o pleno andamento do processo e assegurar a produção adequada de provas. Ademais, o colegiado do CNMP retomará a decisão nas próximas sessões.