O Japão começou nesta quinta-feira (5) a segunda fase de liberação das águas tratadas da Central Nuclear de Fukushima no mar, um mês após o início das operações, que provocaram a reação da China.
A descarga começou às 10h18 (2h18 em Lisboa), disse um porta-voz da Tokyo Electric Power (Tepco), operadora da usina.
A Tepco tinha anunciado há uma semana a conclusão das inspeções à primeira fase de descarga, que começou em 24 de agosto.
A água esteve armazenada durante muito tempo em tanques na central e foi tratada para retirar substâncias radioativas, com exceção do trítio, que só é perigoso em doses concentradas muito elevadas, segundo especialistas.
A Tepco dilui depois a água com a água do mar antes de liberá-la no oceano, para garantir que o nível de radioatividade não exceda os limites.
A descarga no mar foi aprovada pela Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA), mas o projeto provocou uma crise diplomática entre o Japão e a China, que suspendeu todas as importações de produtos do mar nipônicos no fim de agosto.
A Rússia, com relações tensas com o Japão, estuda fazer o mesmo.
Na segunda-feira (2), a Coreia do Norte criticou a AIEA devido ao despejo de água tratada da Central de Fukushima e à adoção de uma resolução em resposta ao programa de armas nucleares de Pyongyang.
“Como na primeira descarga, continuaremos a monitorar os níveis de trítio. Continuaremos a informar o público, de forma clara, com base em provas científicas”, declarou aos jornalistas na semana passada Akira Ono, porta-voz da Tepco.
Apesar das medidas comerciais de Pequim, os barcos chineses continuam a pescar na costa do Japão nas mesmas áreas que os navios japoneses, segundo o diário nipônico Asahi.
O embaixador dos Estados Unidos no Japão, Rahm Emanuel, publicou há duas semanas fotografias na rede social X (antigo Twitter), que, segundo o diplomata, mostram barcos de pesca chineses na costa japonesa no dia 15 de setembro.
Cerca de 7.800 metros cúbicos de água com trítio foram descarregados durante a primeira fase,de 17 dias. No fim de agosto, a Tepco declarou que planejava três operações semelhantes até o fim de março de 2024.
No total, Tóquio planeja liberar mais de 1,3 milhão de metros cúbicos de água de Fukushima no Oceano Pacífico – o equivalente a 540 piscinas olímpicas – de forma gradual, até o início da década de 2050, de acordo com o calendário atual.