Carlo Ancelotti fez sua aguardada estreia como técnico da Seleção Brasileira na última quinta-feira (5/6), durante o empate por 0 a 0 contra o Equador, em Guayaquil. A partida, válida pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026, teve grande repercussão internacional — e não de forma positiva.
Esta é a primeira vez que um treinador estrangeiro tem a oportunidade de comandar o Brasil em uma Copa do Mundo. Em edições anteriores, a seleção pentacampeã foi sempre liderada por técnicos brasileiros.
No entanto, a atuação apagada gerou críticas severas da imprensa estrangeira. O jornal espanhol Marca afirmou que a equipe atual é “uma sombra do que já foi”, e comparou os jogadores de hoje a nomes lendários como Romário, Ronaldo, Bebeto e Denílson. Segundo o veículo, “o Brasil perdeu o jogo bonito” e agora precisa recuperar o respeito internacional.
“O treinador terá muito trabalho se quiser que o mundo volte a temer a camisa verde e amarela”, destacou o Marca. A publicação também apontou que o Brasil foi dominado pelo Equador, com uma postura defensiva e sem criatividade ofensiva.
O Diario AS, também da Espanha, foi igualmente crítico. Para o jornal, Ancelotti enfrenta “um problema sério” e a Seleção começou “um novo ciclo com a mesma cara de sempre”. A análise foi dura: “o time sofria sempre que tinha a bola, sem ideias e com dificuldades até para trocar passes”.
No Reino Unido, a BBC News classificou a estreia como “sem brilho”, reforçando a impressão de que o Brasil passa por um momento de transição, mas ainda sem identidade clara.
Hierarquia do passado
Já o argentino Diário Olé adotou um tom mais equilibrado. Segundo o jornal, Ancelotti busca resgatar um lado mais humano da Seleção. “Sem o talento e a hierarquia do passado, a equipe precisa mais do que nomes para vencer. Estrutura e organização serão os maiores desafios do treinador italiano.”
Na Itália, país natal de Ancelotti, o Corriere dello Sport também criticou a performance: “A Seleção sofreu com a intensidade do Equador e mostrou movimentação travada, com poucas chances criadas”.
A estreia de Ancelotti, portanto, sinaliza um caminho difícil pela frente — e coloca em evidência a necessidade urgente de evolução tática, técnica e emocional da Seleção Brasileira rumo ao Mundial de 2026.