Uma operação do BatalhĂŁo de Operações Policiais Especiais (Bope) da PolĂcia Militar, da PolĂcia Rodoviária Federal (PRF) e da PolĂcia Federal (PF) na Vila Cruzeiro, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro, está provocando intenso confronto hoje (24) entre criminosos e agentes de segurança nas regiões de mata da localidade.
Segundo o porta-voz da PolĂcia Militar, tenente-coronel Ivan Blaz, atĂ© o momento dez criminosos foram mortos, um está ferido e uma mulher da comunidade da Chatuba foi atingida por um tiro e nĂŁo resistiu.
“A comunidade da Chatuba nĂŁo faz parte da operação, mas Ă© uma comunidade vizinha. Ela [a mulher] foi atingida no momento em que os criminosos atacaram os policiais no inĂcio da operação. O local foi preservado para que fosse feita a perĂcia”, completou o porta-voz em entrevista Ă AgĂŞncia Brasil.
A área foi isolada por uma equipe da Unidade de PolĂcia Pacificadora (UPP) para perĂcia da Delegacia de HomicĂdios da Capital.
A Secretaria de Estado de PolĂcia Militar informou que  sete fuzis e quatro pistolas foram apreendidos. Na localidade conhecida como Vacaria, 16 veĂculos, sendo dez motocicletas e seis carros usados por criminosos em fuga, foram recolhidos.
Criminosos
Segundo o coronel Blaz, a operação tem como objetivo a prisĂŁo de lĂderes da facção criminosa que opera na regiĂŁo, no Jacarezinho e Mangueira, tambĂ©m na zona norte. AlĂ©m disso, eles estĂŁo tambĂ©m dando abrigo a criminosos de outros estados como Pará, Rio Grande do Norte, Amazonas e Alagoas. “Entre eles há criminosos do Pará que sĂł este ano já mataram 13 agentes de segurança pĂşblica”, informou.
O coronel disse, tambĂ©m, que a participação da PolĂcia Rodoviária Federal e da PolĂcia Federal se explica porque a operação envolve buscas a criminosos de outros estados envolvidos com tráfico de drogas e roubo de carga. “EstĂŁo na operação porque há criminosos de outros estados guardados ali na comunidade. SĂŁo vários crimes, entre eles, tráfico de drogas e roubo de carga. Por isso, se justifica a presença da PRF e PF”, explicou.
Blaz informou, ainda, que as investigações que levaram à deflagração da ação policial hoje já vinham sendo feitas há tempo, mas não especificou quando começaram.
O coronel disse que “é preliminar” dizer quanto tempo ainda vai durar a operação em andamento. “É muito preliminar falar sobre isso agora. A operação ainda está em andamento. Estamos tendo confrontos na área de mata na localidade. O confronto na área de mata está intenso. Estamos falando de um confronto armado em que há armas utilizadas em guerra sendo empregadas”.
Escolas
A Secretaria Municipal de Educação informou que, por causa das operações policiais na Vila Cruzeiro e proximidades, 19 escolas da região estão fechadas, prestando atendimento remoto.
“É importante lembrar que a Secretaria Municipal de Educação, em parceria com o ComitĂŞ Internacional da Cruz Vermelha, instituiu o Programa Acesso Mais Seguro em unidades localizadas em áreas de conflito. O programa tem como meta reduzir riscos por meio de protocolos aplicados por professores, alunos e toda a comunidade escolar em situação de risco. Sempre que há uma situação de risco o protocolo Ă© acionado”, completou, em nota, a secretaria.
Segundo a Secretaria de Estado de SaĂşde (SES), a direção do Hospital Estadual GetĂşlio Vargas (HEGV), na Penha, informou que, atĂ© o momento, 12 pessoas, vĂtimas de perfuração por arma de fogo (PAF), foram encaminhadas Ă unidade na manhĂŁ de hoje. Dez mortes foram constatadas na emergĂŞncia e duas pessoas estĂŁo em atendimento no setor de trauma.
Ainda conforme a secretaria, não há registro de entrada de paciente com o nome Gabriela Ferreira da Cunha, que seria a identificação da mulher morta com um tiro na Chatuba.