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21 de novembro de 2024
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Covid-19: impacto na China é 10 vezes maior que o do surto anterior

O impacto econômico das medidas para conter atuais surtos de covid-19 na China é dez vezes superior ao prejuízo causado pela onda inicial em Wuhan, no início de 2020, alertou hoje (9) o economista Xu Jianguo, professor da Universidade de Pequim.

O prejuízo causado pelas interrupções na atividade econômica chega a 18 biliões de yuans – a moeda local – e afeta 160 milhões de pessoas, de acordo com Jianguo.

O surto inicial em Wuhan, há dois anos, causou prejuízos de 1,7 bilhão de yuans e afetou 13 milhões de pessoas.

“A gravidade dos surtos neste ano é mais de dez vezes superior à de 2020 em termos da população afetada e do custo econômico”, mostrou seminário online.

O especialista considerou que é questionável se a China vai conseguir alcançar a meta de crescimento econômico oficial de “cerca de 5,5%”, estabelecida para este ano, ou mesmo igualar o crescimento de 2,3% registrado em 2020.

O país continua a praticar política de tolerância zero à covid-19, que inclui o isolamento de cidades inteiras e a realização de testes em massa, sempre que um surto é detectado.

O isolamento de Xangai, a capital financeira do país, e de importantes cidades industriais como Changchun e Cantão, tiveram forte impacto nos setores de serviços, manufatureiro e logístico.

Também Pequim, Suzhou, Shenzhen, Dongguan, que desempenham importante papel na cadeia industrial do país, foram afetadas por medidas parciais ou totais de confinamento este ano.

Após declínio acentuado no crescimento das exportações em abril, um número crescente de analistas alertou que vai ser difícil para o país atingir a meta de crescimento de 5,5%.

Outros economistas reduziram as previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China em 2022. Grupos empresariais estrangeiros, incluindo a Câmara de Comércio da União Europeia, advertiram que as medidas de bloqueio tornam o país um destino menos atraente para investimentos.

Jianguo disse que as políticas de apoio fiscal e monetário são também mais fracas do que as adotadas em 2020. As exportações e o setor imobiliário, os principais impulsionadores da recuperação econômica há dois anos, também perderam força.

“Já é difícil alcançar um crescimento de 2,3% este ano e ainda mais difícil ir além dessa taxa”, afirmou o economista.

As autoridades oferecem estímulos fiscais, por meio de gastos subsidiados em infraestruturas.

O especialista lembrou que a “principal razão para o arrefecimento da economia neste momento não está no financiamento social ou nas questões monetárias, mas nas medidas de prevenção e controlo da covid-19”.

O Banco Central da China reconheceu, nessa segunda-feira, que a economia do país está sob crescente pressão e prometeu intensificar o apoio.

Xu Shaoyuan, investigador do Centro de Pesquisa de Desenvolvimento do Conselho de Estado, reconheceu também que o surto deste ano está causando mais danos econômicos do que durante o início da pandemia, há dois anos.

“Fornecer apoio a pequenas empresas e empresas de serviços, que criam muitos empregos, e deixá-las retomar o trabalho o mais rápido possível é a chave para proteger a subsistência das pessoas”, acrescentou.

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