A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado foi instalada nesta terça-feira (4) no Senado Federal e aprovou o plano de trabalho do relator, senador Alessandro Vieira (MDB-SE). O documento reúne nove diretrizes que devem guiar as investigações sobre a atuação e expansão de facções criminosas no país.
Primeiramente, Vieira afirmou que o colegiado terá “especial atenção” à entrada do crime organizado nos mercados legais brasileiros.
“A penetração do crime em setores econômicos lícitos envolve contadores, advogados e empresas de fachada para lavagem de dinheiro. Facções como o PCC já adotam uma roupagem empresarial, o que exige novos e mais rigorosos mecanismos de controle e fiscalização”, disse o relator.
Ex-delegado de polícia, Vieira defendeu que as ações atuais de prevenção e repressão são insuficientes e prometeu um diagnóstico completo da criminalidade organizada no Brasil, sem motivações partidárias.
Entre os principais eixos da investigação, estão:
- Lavagem de dinheiro, especialmente via fintechs, criptomoedas e empresas de fachada;
- Ocupação territorial por tráfico, milícias e crimes ambientais;
- Sistema prisional, descrito como “escritório do crime”;
- Corrupção ativa e passiva em diferentes esferas;
- Rotas do tráfico e transporte de mercadorias ilícitas;
- Integração entre forças de segurança e Forças Armadas, especialmente em fronteiras;
- Experiências bem-sucedidas de combate ao crime organizado e a necessidade de reforço orçamentário para a segurança pública.
A CPI, presidida pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES), que tem 27 anos de experiência como delegado, terá 120 dias de duração. Além disso, 11 titulares e 7 suplentes compõem o colegiado, que deverá propor medidas legislativas para aprimorar o combate às organizações criminosas no país.
