O caos bate à porta da saúde pública do Amazonas. Nos próximos dias, os hospitais da rede estadual poderão enfrentar uma das piores crises da história recente: a paralisação total dos servidores terceirizados por falta de pagamento.
Profissionais essenciais — como serviços gerais, vigilantes, técnicos de imagem e equipe da cozinha — decidiram cruzar os braços. Agora, eles aguardam a autorização do governador Wilson Lima para o repasse dos valores atrasados há meses. Segundo representantes das categorias, a paralisação é a única forma de pressionar o governo a resolver uma situação que já ultrapassou todos os limites da dignidade e do respeito com o trabalhador.
Se a greve se confirmar, o impacto será devastador. Hospitais como João Lúcio, 28 de Agosto, Francisca Mendes, Platão Araújo e Adriano Jorge, além dos SPAs e maternidades espalhados por Manaus, podem parar completamente.
Imagine hospitais sem serviços de limpeza — com lixo hospitalar acumulado, corredores insalubres e risco de infecção generalizada. Sem comida para pacientes internados e profissionais de plantão. Sem vigilantes para garantir a segurança de servidores e usuários. E sem técnicos de imagem, fundamentais para a realização de tomografias, ultrassons e raios-X.
O cenário é de colapso total.
Enquanto isso, o governo do Estado permanece em silêncio. O governador Wilson Lima parece ignorar o sofrimento dos trabalhadores e o risco iminente de paralisação completa do sistema hospitalar. A Secretaria de Saúde não apresenta soluções concretas, e o clima entre os terceirizados é de revolta generalizada.
Nos bastidores, empresários e representantes das empresas contratadas confirmam que o Estado deve meses de repasses e que muitos fornecedores já não têm condições de manter as equipes.
“Não dá mais para segurar. As pessoas precisam comer, pagar aluguel, cuidar de suas famílias. Trabalhar sem receber é desumano”, lamentou um empresário do setor.
Mais uma vez, a população será a maior prejudicada. Pacientes em tratamento, gestantes, crianças e idosos dependem de um sistema que já opera no limite e agora corre o risco de parar por completo.
Se nada for feito nas próximas horas, o Amazonas poderá assistir a uma tragédia anunciada: a paralisação total da saúde pública causada pela má gestão e pelo descaso do governo Wilson Lima.
