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1 de julho de 2025
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Defesa de Leo Lins compara condenação a crimes graves e critica censura

Humorista foi condenado a mais de oito anos de prisão por piadas preconceituosas no YouTube

FOTO/REPRODUÇÃO

A defesa do humorista Leo Lins afirmou que a condenação é equivalente a crimes como tráfico de drogas, corrupção ou homicídio. O episódio em questão refere-se à condenação de oito anos e três meses de prisão por piadas preconceituosas feitas em um vídeo postado no canal dele no YouTube.

Além disso, os advogados ressaltaram que o episódio representa um triste capítulo para a liberdade de expressão no Brasil, pois equiparam a condenação à censura, o que causa profunda preocupação.

Condenação de Leo Lins

Primeiramente, a 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo condenou o humorista Léo Lins a oito anos e três meses de prisão por piadas preconceituosas em um vídeo publicado em seu canal no YouTube. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o vídeo, que zombava de diversas minorias, atingiu a marca de três milhões de visualizações. A decisão foi proferida na última sexta-feira (30).

A Justiça atendeu ao pedido do MPF e determinou que Leo Lins cumpra a pena em regime fechado. Além da prisão, ele deverá pagar uma multa de aproximadamente R$ 1,4 milhão, equivalente a 1.170 salários mínimos de 2022, e uma indenização de R$ 303,6 mil por danos morais coletivos.

Na decisão, a Justiça destacou como agravante o fato de as declarações terem sido feitas em um contexto de descontração, diversão ou recreação.

“Ao longo do show, o réu admitiu o caráter preconceituoso de suas anedotas, demonstrou descaso com a possível reação das vítimas. Por fim, ele afirmou estar ciente de que poderia enfrentar problemas judiciais devido ao teor das falas”, afirma o documento.

O caso

O vídeo em questão mostra o humorista realizando, durante um show, uma série de piadas que atingiu:

  1. Negros
  2. Idosos
  3. Obesos
  4. Soropositivos
  5. Homossexuais
  6. Povos originários
  7. nordestinos
  8. Evangélicos
  9. Judeus
  10. Pessoas com deficiência.

Um ano após a postagem, em 2023, a Justiça determinou a suspensão do conteúdo, que já havia sido reproduzido mais de três milhões de vezes.

O texto da decisão ressalta que o vídeo estimula a propagação da intolerância e da violência verbal. Portanto, a Justiça afirmou que o humor não é um “passe-livre” para cometer crimes de ódio, preconceito e discriminação.

“O exercício da liberdade de expressão não é absoluto nem ilimitado, devendo se dar em um campo de tolerância. Ao mesmo tempo, a liberdade de expressão está sujeita às restrições que a própria lei impõe. Assim, em casos de conflito entre o direito à liberdade de expressão e os princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade jurídica, devem prevalecer os últimos”, diz trecho da decisão.

Por fim, o réu ainda pode recorrer da sentença.

Segundo a assessoria de Leo Lins, “Leo Lins é comediante que atua profissionalmente dentro do gênero de humor conhecido por sua acidez e crítica social. O humorista irá se pronunciar sobre o caso em breve por meio de suas redes sociais oficiais”.

 

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