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15 de maio de 2024
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Deputados divergem sobre reaproximação entre Brasil e Venezuela em debate na Aleam

Imagem: Reprodução

Débora Menezes lembrou que a Venezuela deve R$ 13 bilhões ao Brasil e Mário Filho afirmou que venezuelanos comiam ratos pra não passarem fome. Sinésio Campos defendeu o diálogo com o país vizinho e ironizou a fala do deputado, afirmando que não faz mal comer rato se ele não tiver leptospirose. A frase gerou más repercussões nas redes sociais.

A vinda do presidente Nicolás Maduro ao país na última segunda-feira (29) tem acalorado as discussões no Congresso e na imprensa. Esta semana, na Assembleia Legislativa do Amazonas, dois deputados estaduais discordaram da reaproximação com o país vizinho e apenas um defendeu a reaproximação entre os países.

Débora Menezes (PL) afirmou que não se resolve o problema da fome no Brasil quando a Venezuela deve mais de R$ 13 bilhões ao país. Mário Filho (UB) reforçou sua vivência na região de Roraima e relatou sua experiência como repórter, onde pôde acompanhar de perto a migração de venezuelanos.

Somente Sinésio Campos (PT) defendeu a promoção do diálogo com o presidente da Venezuela no fórum com líderes sul-americanos e também ironizou a fala do ex-apresentador de TV. Nas redes sociais, Sinésio passou a ser alvo constante de piadas e críticas após um corte de sua fala ser divulgado nas redes sociais.

A deputada Débora Menezes (PL) lembrou que o país vizinho vive uma ditadura e que hoje deve  R$ 13 bilhões para o Brasil (ou US$ 2,5 bilhões). O empréstimo, na época, se tratava de investimentos públicos em infraestrutura via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), além da exportação de produtos brasileiros, alimentos e aeronaves à Venezuela. Nesta quarta-feira (29), durante a visita ao Brasil, a delegação venezuelana pediu ao governo que estabeleça um cronograma para consolidar sua dívida e propor um cronograma de pagamento.

“Na verdade, deputado Sinésio, você diz que muitos roubam porque não tem o que comer, mas iremos resolver este problema emprestando R$ 13 bilhões de reais? Temos visto diversos parlamentares sendo cassados, exilados, seremos coniventes com este tipo de situação? acabaremos com a fome no Brasil emprestando dinheiro à Venezuela quando estamos num caos econômico?”, questionou a deputada.

Sinésio Campos reforçou a necessidade do diálogo nas relações diplomáticas, disse que a crise na Venezuela tem participação dos Estados Unidos e que o papel dos EUA é fomentar guerras no mundo e manter os embargos econômicos contra o país. Desde 2018 a Venezuela vem sofrendo com embargos financeiros após os Estados Unidos aprovar a Lei de Defesa dos Direitos Humanos na Venezuela nº113-278, que previa a aplicação de sanções contra os venezuelanos. As sanções passaram a ser aplicadas por outros países como os da União Europeia.

“Deixo claro aqui, o presidente Lula conversa com Putin e Zelensky. Hoje ele dialoga com todos os líderes globais pra evitar a guerra que se espraia na Ucrânia e na Rússia. Participei de dois fóruns social mundial, em Carácas e a Venezuela vivia um momento econômico totalmente diferente. A Venezuela está dentro da OPEP e precisa melhorar suas relações econômicas e evitar os embargos. Os Estados Unidos, como arauto da democracia, fomenta guerras com fornecimento de armas no mundo todo. [Por exemplo], onde haviam os armamentos biológicos que escondia Saddam Hussein? Os Estados Unidos acabou com o Iraque. Quem é que quer ter um país vizinho com dificuldade? Hoje é a Venezuela, amanhã não sei qual outro país que terá problemas.”, disse.

O deputado também reforçou que é contra qualquer modelo ditatorial de governo, mas que o momento hoje merece tratamento de diálogo.

Mário Filho (UB) discordou e relatou sua vivência quando foi repórter em Roraima. O ex-apresentador de TV afirmou que acompanhou a migração e relatou as dificuldades dos refugiados que, inclusive, teriam comido ratos porque estavam com fome. Ele também demonstrou repúdio a fala do presidente Lula que afirmou que o contexto político da Venezuela é uma “questão de narrativa”

“Uma coisa é o presidente da República receber, dialogar e conversar com qualquer líder mundial que foi eleito democraticamente. [Maduro tem] um exército que persegue seu povo, que estupra mulheres. Como que o brasileiro não vai se indignar com um presidente recebendo um ditador desta maneira e ainda dizer que o problema da Venezuela é uma questão de narrativa?!. O povo da Venezuela, até pouco tempo, estava comendo rato. Entrevistei os venezuelanos que viviam nas ruas, não só aqui, mas também em Boa Vista. Um presidente ditador não eleito de forma democratica. Ele colocou seus tanques de guerra pra passar por cima do seu povo.”, afirmou.

A ironia de Sinésio, em resposta a fala do deputado, não pegou bem nas redes sociais. Um corte da sua fala repercutiu negativamente após ele afirmar que não faz mal comer rato se ele não tiver leptospirose.

“Sou técnico em agropecuária, estudei zootecnia, e rato, se for vacinado, ele não tem leptospirose, pois esta doença mata, então não tem ninguém vivo.”, completou.

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