O dólar fechou a segunda-feira com uma queda superior a 1% em relação ao real. Essa foi a menor cotação desde o início de novembro do ano passado. O movimento reflete notícias positivas sobre a economia chinesa, as negociações de paz na Ucrânia e a valorização do petróleo.
O dólar à vista encerrou o dia com uma baixa de 1,03%, cotado a R$5,6861. Essa é a menor cotação desde 7 de novembro, quando o dólar estava em R$5,6759. No acumulado do ano, a moeda americana já apresenta uma queda de 7,98%.
Às 17h36, na B3, o dólar para abril, que é o mais líquido no Brasil, recuava 1,11%, sendo negociado a R$5,7015.
A queda do dólar foi observada frente à maioria das moedas de países emergentes e exportadores de commodities. O real, o peso chileno, o peso colombiano e a rupia indiana se valorizaram.
O otimismo em relação à China impulsionou a busca por ativos de maior risco, como ações e moedas de países emergentes. O governo chinês anunciou um “plano de ação especial” para aumentar o consumo interno. Esse plano inclui medidas para elevar a renda das famílias e criar subsídios para cuidados infantis.
Além disso, dados do Escritório Nacional de Estatísticas da China mostraram um aumento de 4,0% nas vendas no varejo de janeiro a fevereiro, superando a alta de 3,7% em dezembro.
A perspectiva positiva da economia chinesa, somada a preocupações sobre ações dos EUA contra os houthis do Iêmen, fortaleceu o petróleo nos mercados internacionais. Isso favoreceu moedas de países como o Brasil, que é um exportador da commodity.
Aumento da demanda
Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, comentou que as medidas para estimular o consumo na China devem aumentar a demanda por produtos globais. Ele destacou que o Brasil, como um dos principais parceiros comerciais da China, está bem posicionado para se beneficiar dessa tendência.
Outro fator que favoreceu os ativos de risco foi a possível conversa entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin, sobre o fim da guerra na Ucrânia. Conversas positivas entre autoridades dos dois países em Moscou também contribuíram para esse clima otimista.
Após uma abertura com cotações máximas de R$5,7434, o dólar à vista caiu para uma mínima de R$5,6665 às 16h00, com uma queda de 1,37%.
Esse movimento foi acompanhado pelo avanço do Ibovespa e pela queda das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros). Os investidores aguardam as decisões de política monetária do Banco Central e do Federal Reserve, marcadas para a próxima quarta-feira.
No exterior, a moeda americana mantinha um viés negativo no fim da tarde. Às 17h30, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda frente a uma cesta de seis divisas, caiu 0,33%, alcançando 103,390.