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30 de abril de 2024
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Drones detectam mais de 1,2 mil pistas de pouso em territórios indígenas na Amazônia

Mais de 1,2 mil pistas de pouso foram detectadas em Território Indígena na Amazônia. As descobertas são do jornal estadunidense The New York Times que revelou, nesta terça-feira (2), a existência de pistas de pouso em meio às terras protegidas no Brasil.

A prática, conforme apurou o Times, tem o principal objetivo de alimentar a indústria da mineração ilegal em território indígena Yanomani, a maior reserva indígena do país com mais de 10 milhões de hectares distribuídos pelo Amazonas e em Roraima.

Em imagens feitas por drones, é possível ver que as pistas são como um risco de terra em meio à mata. Ao todo, o Times identificou 1.269 pistas de pouso irregulares em meio a Amazônia Legal utilizada por uma rede de garimpeiros “que estão destruindo terras indígenas e ameaçando seu povo”.

E pelo menos 362 das pistas de pouso estão dentro de 12 milhas de áreas de mineração descontroladas. “Cerca de 60% dessas pistas de pouso estão em terras indígenas e protegidas, onde qualquer forma de mineração é proibida”.

Outra denúncia feita pelo jornal estadunidense, é que parte das pistas de pouso são de propriedade do governo brasileiro – única maneira de autoridades de saúde chegarem até as aldeias indígenas.  No entanto, aquelas pistas foram tomadas por garimpeiros, os quais “usam pequenos aviões para transportar equipamentos e combustível para áreas onde não existem estradas”.

Outra ação denunciada, é de que quando um avião em que mineiros não reconhecem se aproxima, latas de combustível são jogadas ao longo da pista de pouso o que impossibilita a decida de um avião, o que revela que as pistas agora são de propriedade de mineiros. “Eles fazem parte de vastas redes criminosas que operam em grande parte sem controle devido à negligência ou ineficácia das agências reguladoras e de fiscalização no Brasil, incluindo os militares”, destacou o Times.

A matéria internacional também cita de que a ‘próspera indústria ilícita’ surgiu sob o governo do presidente da República, Jair Bolsonaro. “Bolsonaro tem enfrentado constantes críticas globais por permitir que a Amazônia seja saqueada durante seu governo”, apontou o jornal, que resalta que a prática prejudica milhões de pessoas na Amazônia, além de contribuir para a aceleramento da destruição da maior floresta tropical do mundo.

Ainda citando Bolsonaro, o jornal afirmou que a autoridade tem defendido indústrias que impulsionam a destruição da floresta tropical, levando a níveis recordes de desmatamento. “O Sr. Bolsonaro há muito apoia a legalização da mineração em terras indígenas. Ele afrouxou as regulamentações para expandir a extração de madeira e a mineração na Amazônia e reduziu as proteções. Ele também cortou fundos federais e pessoal, enfraquecendo as agências que fazem cumprir as leis indígenas e ambientais”.

De acordo com a apuração do jornal americado, estima-se que 30.000 mineiros estão trabalhando ilegalmente em território protegido pelo governo.

 Efeitos para os povos Yanomami

 O The New York Times cita um importante estudo da Hutukara, uma organização sem fins lucrativos Yanomami, o qual estimou que mais da metade das pessoas que vivem no território Yanomami brasileiro foram prejudicadas pela mineração ilegal. Entre as consequencias descritas em relatório estão a desnutrição por causa de colheitas destruídas ou abandonadas, e malária espalhada pela proliferação de mosquitos em minas a céu aberto e áreas desmatadas. As autoridades de saúdet também alertam de que o mercúrio usado para separar o pó de ouro da lama do leito do rio, está envenenando a água e os peixes dos quais a comunidade depende.

O envenenamento por mercúrio pode prejudicar o desenvolvimento das crianças e atacar o sistema nervoso central, causando uma série de problemas de saúde, desde perda de visão até doenças cardiovasculares, de acordo com um relatório da Fiocruz, um instituto de pesquisa em saúde pública.

Uma análise recente do governo da água coletada de quatro rios Yanomami encontrou níveis de mercúrio 8.600% mais altos do que o que é considerado seguro para consumo humano. “A destruição em algumas comunidades é total”, disse Junior Hekurari, um funcionário de saúde indígena, ao Times. “A mineração está em todos os lugares.”

A matéria no New York Times pode ser lida na íntegra no link.

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