Em Pernambuco, uma jovem em coma deu à luz uma menina, na madrugada desta segunda-feira (2). O parto ocorreu duas semanas após Ana Letícia, de 19 anos de idade, ter sido baleada na cabeça durante um tiroteio em Camaragibe, no Grande Recife. As informações são do G1.
O nascimento da bebê foi divulgado pela advogada Aline Maciel, que auxilia a família da jovem. Ela explicou que o parto foi realizado porque houve piora no quadro de saúde de Ana Letícia.
– É uma menina, chamada Vitória. Ela nasceu de 30 semanas e está muito bem. Está com suporte respiratório, mas muito bem. Ana Letícia está com um quadro de infecção bem grave e teve algumas complicações. Por isso, foi necessário tirar a bebê. A situação é bastante complicada e só nos resta orar – explicou a advogada.
Ana Letícia teria sido usada como “escudo humano” por um homem chamado Alex da Silva Barbosa, que trocou tiros e matou, no dia 14 de setembro, dois policiais militares: Eduardo Roque Barbosa de Santana, de 33 anos; e Rodolfo José da Silva, de 38 anos.
ENTENDA O CASO
No dia 14 de setembro, dois policiais foram até um bairro chamado Tabatinga para verificar a denúncia de que um homem estava em cima de uma laje “dando tiros para cima em uma comemoração”. O homem armado foi identificado como Alex da Silva Barbosa, de 33 anos, que estava treinando tiros em uma mata, segundo a família de Ana Letícia, vizinha dele.
Alex não tinha antecedentes criminais e tinha uma arma de mira a laser, com registro. Quando a polícia chegou ao local para averiguar a denúncia, Alex entrou na casa da família de Ana Letícia para fugir da abordagem policial. Ao ver os policiais se aproximando, ele trocou tiros com os agentes, que foram baleados na cabeça. Alex fugiu.
Ana Letícia ficou ferida naquele dia. Grávida de sete meses, ela perdeu parte da visão do olho esquerdo e massa encefálica. Antes da troca de tiros, a jovem estava dando banho no filho mais velho, de 3 anos. Naquele mesmo dia, um primo dela, que não teve nome divulgado por apenas ter 14 anos de idade, também ficou ferido. Os dois foram levados para o Hospital da Restauração, em Recife, mas o rapaz já teve alta.
No dia 15 de setembro, Alex acabou morto por policiais, e cinco parentes dele foram assassinados por homens encapuzados.
No último dia 21, Ana Letícia deixou o Hospital da Restauração e foi para outra unidade de saúde, que não foi divulgada por questão de segurança.
Durante um pronunciamento, no Palácio do Campo das Princesas, a governadora Raquel Lyra disse que a polícia investiga os assassinatos.
– O Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil foi destacado para poder conduzir essas investigações – falou.