A população de Presidente Figueiredo (distante 126 quilômetros de Manaus) teme pelo impacto que o decreto 11.052/22, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, vai causar no Polo de Concentrados, com a redução do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados).
Na manhã desta quarta-feira (4), trabalhadores da empresa Jayoro ergueram cartazes nas proximidades da rodoviária de Presidente Figueiredo, na BR 174, e pediram que o Governo Federal reveja a decisão.
“Bolsonaro, nós do Amazonas queremos continuar verdes! Nos ajude a preservar a floresta amazônica de pé. Mantenha o Polo de Concentrados em Manaus”, dizia um dos cartazes.
Em outro, palavras mais duras dirigidas ao presidente e o ministro da economia, Paulo Guedes.
“Bolsonaro e Guedes, na véspera do dia do trabalho, vocês demitiram o povo do Amazonas para sempre! Não abandonem o futuro de nossos filhos”, afirma.
Presente na manifestação, a dona de casa Antônia Maia, 57, disse que foi pedir ao presidente que ‘não tire’ o emprego do seu filho.
“Eu não acredito que isso está acontecendo. Estou muito revoltada, porque acho isso injusto com o povo do Amazonas. Meu filho trabalha nesse ramo e todos dependem dele. Bolsonaro, não tire o emprego do meu filho”, desabafa.
Outro que desabafa é Fernando Santos, 43 anos, que trabalha com concentrados de xarope.
“Fazemos esse apelo por socorro aos nossos deputados estaduais, federais e senadores. Defendem, agora, aqueles que vocês procuram na hora do voto”, afirma.
Segundo com estimativas da Prefeitura de Presidente Figueiredo, atualmente, a produção de concentrados representa um importante polo de desenvolvimento local e a redução do IPI poderá causar a perda de 1,1 mil empregos diretos na cidade, impactando a renda de inúmeras famílias e prejudicando a economia do município.
Recentemente, o deputado federal Marcelo Ramos comentou sobre o assunto. Para ele, a saída de fábricas como Ambev e Coca-Cola é de natureza grave.
“Isso não beneficia nenhuma indústria fora da Zona Franca, porque não existe produção de concentrados de refrigerantes fora de Manaus”, avalia.