O empate com sabor de derrota neste domingo (15), para o Vasco, evidenciou porque o treinador do Flamengo faz jus ao apelido de ‘Empatite’.
A partida, inclusive, lembrou bem o Flamengo no último jogo contra o Bahia, pela Copa do Brasil. Apesar de concentrar maior posse de bola, o time pouco apresentou jogadas criativas. Se o adversário apostou numa defesa que se defendia em bloco baixo, ao rubro-negro restou as repetidíssimas jogadas pelos lados do campo.
Quando os pontas puxavam a marcação pela linha de fundo, faltou ao Flamengo a aceleração, seja através da inversão do jogo ou nas finalizações. No meio campo, não houve criatividade. Mesmo com a dominância através da posse de bola, Arrascaeta apareceu mais na ponta direita que na posição onde se sente confortável: nas entrelinhas.
Se reduzirmos a pobreza tática às jogadas individuais, apenas Gerson e Plata mereceriam menções honrosas. O volante mostrou soberania no meio campo, enquanto o atacante equatoriano demonstrou imposição física e talento técnico nas disputas com os marcadores. De resto, o time foi um marasmo.
Pontualmente falando, mas Bruno Henrique se saiu mal não porque perdeu uma chance clara de gol, mas porque saiu de suas características em campo. Adenor, ao apostá-lo como centroavante e não como segundo atacante, abriu mão de toda sua característica. Desde 2019 que BH não performa sequer como ponta-esquerda, quiçá centroavante, pois ele não tem porte fisiológico para disputar bola com zagueiros.
O festival de chuveirinho é a melhor – e única – jogada do Tite. As únicas oportunidades aconteceram através de bolas cruzadas, tanto no cabeceio do Pulgar, que gerou a defesaça de Léo Jardim, como o cabeceio de Ortiz que parou no travessão. E, ainda que seja compreensível cobrá-lo por se atrapalhar com a bola numa jogada anterior, lembremos que o Léo Ortiz é um zagueiro de ofício e improvisado na volância.
Qualquer semelhança não é mera coincidência
Já o Vasco, que até então vinha com um bom desempenho na Copa do Brasil e Brasileirão, abriu mão do ataque e, numa única, repito, ÚNICA jogada durante 90 minutos, conseguiu empatar o jogo em 1 a 1. A jogada, inclusive, lembrou muito o empate para a Croácia, pela Copa do Mundo de 2022.
Naquela oportunidade, a seleção brasileira tomou um contra-ataque avassalador, restando menos de 5 minutos para o término da partida. A semelhança é tamanha que observamos isto não somente no pouco tempo para acabar o jogo, mas na postura da defesa rubro-negra.
Quando Léo Pereira se empolgou em atacar a defesa vascaína, o zagueiro tentou cavar uma falta. Em vão, o cruzmaltino puxou um rápido contra-ataque e, embora faltasse malandragem para o Mais Querido marcar uma falta tática àquela altura. Outro detalhe que não é incomum no Flamengo de Adenor é a concentração de até seis jogadores no ataque, quando há posse de bola.
Por esta mesma razão que o time tornou-se viciado em correr para trás, pois no primeiro e único contra-ataque adversário a disputa entre ataque e defesa torna-se igual.
Há quase um ano sob comando do clube carioca, Tite faz jus ao apelido que carrega e será eternizado como ‘Empatite. O ex-técnico da seleção brasileira é aquele retranqueiro que, quando sai para buscar o placar, deita no resultado de 1 a 0. E, para piorar, quando o ‘Empatite’ precisa virar o jogo, encontra mais dificuldades para empatar do que sair com a vitória.
Sua filosofia de jogo, que disputa por uma bola e prefere mais jogadores ‘operários’ a técnicos, evidencia sua pequenez para tocar o Flamengo. A trajetória de Adenor mostra que ele nunca teve perfil para ser técnico do rubro-negro. Tite acabou em 2022 e seguir com ele no comando do clube soa como doses homeopáticas à torcida rubro-negra.