O deputado estadual Wilker Barreto usou a tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) desta terça-feira, 21, para repercutir a decisão da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em aceitar, na última segunda-feira (20), a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e mais 12 pessoas por participação na compra superfaturada de respiradores inadequados durante a pandemia da Covid-19 no Amazonas, no valor de R$ 2,9 milhões.
Em seu discurso na Sessão Ordinária, o parlamentar afirmou que o voto do relator do STJ, ministro Francisco Falcão, pela abertura do procedimento criminal, já é suficiente para pedir o afastamento dos gestores do Estado, acusados pelos crimes de dispensa irregular de licitação, fraude a procedimento licitatório, peculato, liderança em organização criminosa e embaraço às investigações.
“Um dos princípios da administração pública é a moralidade. O governador hoje não tem condições morais, é reu à frente da coisa pública, do dinheiro do povo. Esta Casa precisa apreciar o afastamento do governador e do vice, ninguém deixa dentro da Casa do povo criminosos cuidando do dinheiro público. Nós temos elementos suficientes para avançar com processo de impeachment”, disse Wilker.
Barreto ressaltou que a denúncia da PGR foi fundamentada nas investigações feitas pela CPI da Saúde, instalada em maio de 2020 na Casa Legislativa, e que revelou o esquema criminoso envolvendo a compra de 28 respiradores inadequados feita pelo Governo numa loja de vinhos, em plena pandemia. Para o deputado, o exemplo reforça a necessidade da abertura da CPI da Asfixia.
“Precisamos avançar com a CPI da Asfixia, a questão dos respiradores foram frutos de investigação desta Casa. Já que a questão do impeachment não avança, vamos pelo menos assinar a CPI da Asfixia para apurar as consequências que ocorreram no Amazonas de forma tão trágica, em respeito às mais de 14 mil mortes”, ponderou o parlamentar.
Por fim, Wilker aproveitou para criticar a pouca repercussão da denúncia aceita pelo STJ por parte dos deputados da base governista no Parlamento estadual. “Hoje é um dia fatídico, triste e vergonhoso de uma Casa que claramente está acobertando um chefe de quadrilha. É esse o comportamento que nós vamos dar para a sociedade? Se esta Casa não tomar providências, será cúmplice de organização criminosa”, finalizou.