Stefani Firmo, uma estudante de enfermagem, teve o rosto cortado ao ser atacada enquanto dormia dentro de um ônibus em uma viagem entre Pernambuco e a Bahia. A jovem de 23 anos precisou levar 18 pontos e por pouco não foi atingida no pescoço.
O ataque ocorreu no último dia 29 de novembro, mas até hoje (5), a polícia não desvendou a autoria do atentado. Segundo Stefani, ela estava dormindo coberta com um edredom até a altura do pescoço e os óculos no rosto.
Os outros passageiros também dormiam, já que a viagem duraria toda a noite e madrugada. De repente, a universitária sentiu um ardor no rosto entre a bochecha e o queixo e ao colocar a mão, percebeu que estava sangrando bastante e que havia sido golpeada na região.
“Acordei sentindo um ardor, passei a mão no rosto e percebi que estava sangrando. Eu pensei que algum objeto tinha caído principalmente pelo peso (que senti no rosto), fiquei tentando entender que peso foi esse. Procurei achar algum objeto que tivesse caído, mas não achei nada”, relata.
Ela pediu para ir até a cadeira da amiga que estava do outro lado e pediu ajuda. Os demais passageiros também socorreram a vítima e tentaram acalmá-la até que ela fosse levada ao hospital.
No ônibus, uma mulher durante uma revista prévia, uma mulher foi encontrada com uma faca, uma tesoura e um alicate na bolsa, mas alegou que ambos estavam limpos e que não poderia ser acusada do crime.
Os médicos que atenderam Stefani apontaram lesão corporal e um Termo Circunstanciado de Ocorrência foi registrado (TCO), mas a suspeita seguiu viagem no mesmo ônibus que a vítima e depois foi embora.
Câmeras de segurança do ônibus já foram solicitadas pela empresa e devem ser analisadas pela polícia. Para Stefani, apesar da revolta com a impunidade, fica o sentimento de livramento.
“Sempre que lembro fico abalada, porque eu poderia estar morta. Penso que foi um livramento de Deus, que pensou nos detalhes para que eu dormisse com o edredom até o pescoço e com os óculos no rosto (…) Se o objetivo era acertar meu pescoço, tinha o edredom, se era acertar meus olhos, tinha os óculos ali”, desabafa.
Stefani pede justiça e teme que o mesmo possa acontecer com outra pessoa caso o responsável pelo crime não seja punido: “A gente está vulnerável ainda mais pelo fato de na rodoviária não ter revista. Então a gente não sabe o que o passageiro está portando dentro da sua bolsa” .