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21 de novembro de 2024
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Estudo revela que o aquecimento global está deixando as baleias mais magras

Imagem: Reprodução

O aumento das temperaturas do planeta está fazendo as baleias-francas perderem peso. A principal fonte de alimento da espécie tem sido prejudicada, o que afeta o tamanho delas e a saúde da prole.

No inverno, essas baleias saem do extremo sul do planeta e nadam em direção ao norte para acasalar e criar os filhotes. Só que elas precisam aguentar o período dessa viagem com restrições alimentares, já que sua comida favorita é mais abundante nas águas mais frias do Antártico. Sendo assim, elas precisam comer o máximo possível durante o verão para juntar reservas de gordura tanto para elas, quanto para amamentar os filhos.

O problema é esse: elas não têm comida suficiente, e chegam para acasalar mais magricelas do que o costume. É o que constatou uma pesquisa que acompanhou as baleias-francas próximas à África do Sul por 43 anos. Segundo o estudo, elas estão 23% mais magras do que no início.

O time de pesquisadores usou imagens de drone para deduzir o volume de cada animal. A partir dessa informação, eles conseguiram estimar o peso dos animais em todos esses anos – e atestar esse emagrecimento.

“Isso é ruim para a população de baleias porque significa que os filhotes recém-nascidos correm maior risco de morrer”, afirma Fredrik Christiansen, autor do estudo. “Felizmente, as baleias-francas no Oceano Antártico não estão ameaçadas. Mas, se isso continuar, elas poderão ficar”.

As baleias se alimentam de krill, pequenos crustáceos semelhantes a camarões. Eles, por sua vez, se alimentam de fitoplâncton, algas microscópicas unicelulares. O fitoplâncton faz fotossíntese, assim como as plantas, e é a base da cadeia alimentar no oceano. Ele sobrevive melhor em águas frias, então o aumento das temperaturas com o aquecimento global significa menos fitoplâncton, que significa menos krill e, por fim, menos comida para as baleias.

O que é prejudicial não só para elas individualmente, mas também para sua prole. No início da pesquisa, as baleias-francas tinham filhotes a cada três anos em média; porém, como agora é mais difícil ganhar peso durante o verão, elas passaram a procriar de cinco em cinco anos.

A população de baleias-francas está aumentando em ritmo mais lento, e os filhotes estão crescendo menos em tamanho. A quantidade de gordura da mãe baleia está diretamente ligada à quantidade de energia que ela pode dar ao filhote por meio do leite. Quando a mãe está magra, o bebê ganha menos energia e cresce mais devagar.

Segundo os pesquisadores, as baleias são extremamente importantes para o ecossistema marinho – se elas forem prejudicadas, muitos animais podem sofrer as consequências.

“As baleias são um predador de topo de cadeia. Quando um animal em cima da cadeia alimentar desaparece, tem um efeito cascada”, afirma Christiansen. “De tubarões a bactérias, vários serão afetados se as baleias não estiverem mais lá.”

As águas mais quentes diminuem a oferta de alimento para elas, que têm que migrar para regiões de acasalamento com fome.

A ciência está mudando. O tempo todo.

Com informações da Superinteressante*****

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