O governo dos Estados Unidos acusou nesta terça-feira (12) o Brasil de promover a repressão à liberdade de expressão e registrar uma deterioração nos direitos humanos ao longo de 2024. A afirmação consta de um relatório anual sobre direitos humanos. O material, revistado pelo Departamento de Estado norte-americano, baseia-se em diretrizes da gestão do presidente Donald Trump.
De acordo com o documento, o governo brasileiro, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), promove uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores.
“Há repressão à expressão dos simpatizantes de Bolsonaro, além de graves restrições à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa”, afirma o relatório.
Críticas ao STF e tarifas como retaliação
O relatório norte-americano também destaca o julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), onde ele é acusado de tentar articular um golpe de Estado após as eleições de 2022.
A Casa Branca utilizou o processo como uma das justificativas para impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e sancionar o ministro do STF Alexandre de Moraes. A medida é sem precedentes nas relações diplomáticas entre os países.
Acusações de abusos e censura
Além da perseguição política, o governo dos EUA listou uma série de violações de direitos humanos no Brasil, entre elas:
- Tortura e tratamentos desumanos;
- Prisões e detenções arbitrárias;
- Censura e repressão de manifestações políticas;
- Restrições à imprensa sob alegações de “discurso de ódio”.
Washington também acusa o governo brasileiro de ter reprimido protestos considerados “politicamente prejudiciais”, sob justificativa jurídica questionável.
Contexto político e repercussão
O relatório surge em um momento de tensão diplomática crescente entre os governos Trump e Lula. Críticos apontam viés político nas avaliações do Departamento de Estado, especialmente em um ano eleitoral nos EUA. No entanto, a publicação deve ter impacto nas relações comerciais e na imagem internacional do Brasil.