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23 de novembro de 2024
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Ex-vice governador do Amazonas é alvo de operação da PF em Manaus

Policiais federais cumprem mandados judiciais, na manhã desta quarta-feira (30), em Manaus, em investigação sobre a prática de Caixa 2 na eleição deste ano. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram os agentes entrando na empresa Digital Comunicação e no edifício Palácio Adrianópolis, no bairro Aleixo, zona centro-sul da capital amazonense.

Batizada de “Amor Fantasma”, a operação alcança o ex-vice-governador do Amazonas Henrique Oliveira (Podemos) e a ex-mulher dele Adriana Mendonça (Pros), que foi candidata a deputada federal na eleição deste ano. Conforme as investigações, Adriana recebeu aproximadamente R$ 1,5 milhão do fundo eleitoral e destinou a empresas que também são alvos da operação.

De acordo com a Polícia Federal, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão na capital do estado. Os agentes apreenderam celulares dos envolvidos, computadores e documentos, com objetivo de identificar a prática delituosa, bem como angariar outros elementos indicativos de autoria e materialidade.

Em setembro deste ano, candidatos do Pros a deputado estadual e federal pediram uma investigação sobre a transferência de R$ 3 milhões do fundo eleitoral do partido para a campanha de Adriana Mendonça, que teve a candidatura indeferida pelo TRE-AM (Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas).

Os candidatos consideram a transação suspeita porque Adriana, que é ex-mulher do candidato a governador Henrique Oliveira, foi incluída em uma ata do Pros elaborada pelo presidente do Pros, Edward Malta, no dia 11 de agosto, ou seja, fora do prazo previsto na legislação eleitoral. Malta foi o vice de Henrique na coligação “Amazonas Pode Mais”, formada pelo Podemos e Pros.

O nome de Adriana não consta na ata da convenção do partido realizada no dia 4 de agosto, sob presidência de Malta, e nem na segunda convenção promovida no dia seguinte por Osvaldo Cardoso Neto. Mesmo assim, ela foi apresentada pelo partido como candidata a deputada federal – registo posteriormente indeferido – e recebeu o recurso milionário para a campanha.

Na terça-feira, ao rejeitar a candidatura de Adriana, a desembargadora Carla Reis sustentou que a mulher não foi escolhida em “convenção partidária válida”. Além disso, considerou que ela está inelegível porque, em 2016, doou R$ 9 mil ao então candidato Reizo Castelo Branco, valor que ultrapassou o percentual de 10% dos rendimentos dela informados no ano anterior.

Mesmo sem ter o registro de candidatura aprovado, Adriana recebeu R$ 3 milhões do fundo eleitoral e contratou R$ 1,5 milhão em serviços de publicidade, conforme dados do Divulgacand, um site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que mostra os recursos recebidos e gastos pelos candidatos.

Adriana direcionou R$ 750 mil para a Digital Comunicação por serviços descritos como “serviços diversos conforme nota fiscal”, R$ 503,2 mil para a X Press Serviços de Comunicação por materiais impressos (santinhos, praguinhas e adesivos) e R$ 250 mil para a 7 Comunicação e Serviços Empresariais por produção de programa eleitoral.

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